terça-feira, 17 de dezembro de 2019

A OFENSIVA CONTRA OS POVOS INDÍGENAS

Um adolescente de apenas 15 anos foi o quarto indígena da etnia Tenetehara (Guajajara) a ser morto em um mês e meio. Erisvan Soares Guajajara estava fora da terra indígena há mais de duas semanas, viajando com pai para a cidade, onde comprariam mantimentos.

A morte foi confirmada na sexta-feira (13/12/2019). Erisvan foi encontrado morto, juntamento com um não-indígena, Roberto do Nascimento, em um campo de futebol, em Amarante/MA. Eles foram trucidados por golpes de facão.

A FUNAI apressou-se em descartar crime de ódio ou relacionado à disputa de terras indígenas. A Polícia Militar atribuiu o duplo homicídio à questão do tráfico.

No sábado passado, dia 7 de dezembro, Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Benício Guajajara, todos da mesma etnia, mas da região de Barra do Corda/MA, morreram vítimas de um atentado a tiros no Maranhão.

Eles saíam de uma reunião entre caciques e a empresa Eletronorte,  quando foram atingidos por disparos de arma de fogo que partiram de um veículo branco, às margens da rodovia BR-226, no município de Jenipapo dos Vieiras, entre as aldeias Boa Vista e El Betel, na Terra Indígena Cana Brava. A Polícia Federal ainda investiga o caso e nenhum suspeito ainda foi preso.

No início de novembro, o líder Paulo Paulino Guajajara, integrante de o grupo de autodenominado "guardiões da floresta", foi assassinado também na Terra Indígena Arariboia, a 100 quilômetros do município de Amarante, enquanto caçava.

A Polícia Federal também investiga a morte, que teria sido motivada por uma disputa territorial com madeireiros, que exploram a região de forma ilegal.

A violência crescente contra indígenas no Maranhão levou o ministro da Justiça, Sergio Moro, a determinar neste mês o envio de agentes da Força Nacional à região, a fim de garantir a segurança de servidores da Funai e de indígenas. A medida não inclui a TI Arariboia.


A medida, como se vê, é apenas mais um paliativo, visto que os discursos de ataque a comunidades indígenas e o alinhamento do governo federal aos ruralistas incentivam cada vez mais a violência contra os povos originários.

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