segunda-feira, 11 de julho de 2016

Eleições de São Luis: como era de se esperar

Nos últimos dias, dois elementos de conjuntura que influenciarão as eleições em São Luís.

O primeiro, a declaração do secretário estadual de Comunicação e Articulação Política do governo Flávio Dino, Márcio Jerry (PCdoB), anunciando por meio de sua conta pessoal do Twitter que o governador do Maranhão, apoia três candidatos a prefeito na capital maranhense: Edivaldo Holanda Júnior (PDT), Eliziane Gama (PPS) e Bira do Pindaré (PSB).

Por esse prisma, o deputado Wellingon do Curso (PP) estaria fora do condomínio, embora venha crescendo nas pesquisas. Esse deputado compôs a coalização que apoiou Flávio Dino para governador e nos últimos meses vem desenvolvendo carreira solo na Assembleia Legislativa, tecendo críticas contundentes ao prefeito Edvaldo Holanda Junior (PDT).

Por que Wellington não é menos confiável do que Eliziane Gama para Flávio Dino não me pergunte.

Na verdade, o governo não tem interesse agora numa possível aproximação com Wellington por vários motivos: não tem grupo, não tem posição política definida a respeito de quase nada. É uma incógnita.

Dino sabe que o prefeito Edvaldo Holanda está em dificuldades, por isso buscou ampliar o leque de possibilidade para manter vivo seu projeto político. Não me pergunte também que projeto político é esse, porque a sociologia política ainda está estudando esse curioso percurso eleitoral. Só para ter uma pequena amostra das contradições desse projeto, Eliziane (PPS) e Bira (PSB) são filiados a partidos políticos que apoiam o golpe contra Dilma Roussef, ardorosamente defendida por Dino.

O segundo elemento de conjuntura foi o resultado da plenária de tática eleitoral do PT de São Luís. Apesar do rapapé em favor da candidatura única, manteve-se a previsão pessimista em relação à recuperação ideológica do partido. Neste domingo, a sigla resolveu aderir à candidatura de Edvaldo Holanda Junior, descartando a possibilidade de candidatura à esquerda.

A plenária simplesmente confirmou que o PT não tem mais condições, em muitos Estados, de retomar o projeto político propriamente de esquerda. No Maranhão, continuará sendo um satélite do conservadorismo que já levou à deposição sua presidenta da República. 

Engolido pelo fisiologismo do PCdoB e esvaziado de qualquer conteúdo ideológico, a legenda tende não apenas a desparecer eleitoralmente mas ideologicamente. 

Do ponto de vista prático, não há ainda alternativa política na Capital. Depois de um ano e sete meses de Governo Dino, até a polarização com o grupo Sarney parece hoje sem sentido profundo, tão semelhantes são as práticas políticas e até as estratégias de permanência no poder.

Por essa razão insistimos em construir um campo político independente, de fato.

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