sexta-feira, 29 de julho de 2016
A triste sina do PT no Maranhão
Há quem pergunte qual razão para que o PT do Maranhão nunca se reencontre com a urnas, mesmo dentro da estratégia do pragmatismo adotada nos últimos anos.
No Estado, a legenda sempre é usada como moeda de troca para os grandes acordos nacionais. A militância do partido não é ouvida e nunca pode fazer escolhas, conforme a expectativa legítima de construção de um projeto de poder.
Em 2010, por pressão do então presidente Lula, o Diretório Nacional do PT impôs à sua seção maranhense o apoio à candidatura de Roseana ao governo.
O Diretório Estadual do PT-MA havia optado por apoio a Flávio Dino (PC do B) e teve sua decisão anulada.
Em 2006, Lula já tinha apoiado a eleição de Roseana, argumentando que a família Sarney o apoiou durante a crise do mensalão.
Em troca, Roseana apoiara a reeleição de Lula em 2006 e a eleição de Dilma em 2010.
Tudo isso fez a legenda definhar irremediavelmente.
Em 2012, o PT lançou candidato a prefeito em São Luis, o então vice-governador, Washington. Naquela ocasião, o candidato independente do grupo Sarney era Bira do Pindaré, que foi derrotado internamente. Washington havia sindo eleito na chapa de Roseana Sarney, no mesmo clima de subordinação de 2010.
O engraçado é que Flávio Dino, preterido pelo PT, denunciava com veemência indignada a impropriedade da articulação por cima deflagrada por Sarney, para subordinar a legenda.
Agora ocorre situação inversa. O PT tentou candidatura própria para as eleições municipais, rompendo com o grupo de Edvaldo Holanda.
Flávio Dino, com crédito político junto ao PT Nacional, em função da defesa do mandato de Dilma Rousseff, exigiu fidelidade e subordinação, mantendo o legenda no condomínio de Edvaldo. Tudo igualzinho ao Sarney. O ciclo se repete.
Resultado, com o recuo, nem vice de Edvaldo o PT pode mais ser. Roberto Rocha por via indireta trava o sonho do PT e de Bira do Pindaré, numa só tacada. Vai indicando seu filho ao posto de vice de Edvaldo.
E Edvaldo é obrigado a aceitar, senão sai a candidatura de Bira.
E assim o PT do Maranhão segue na sua trista sina de legenda de segunda categoria. O golpe poderia ter produzido outra coisa.
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