Eu te conheci seguindo rastros de pétalas
incandescentes nas veredas de arbustos mosqueados pelo tempo.
Fui atraído por um estranho perfume que exalava
de florestas úmidas, recheadas de névoa de chantili
e fui, na perseguição do inefável,
pisando alfombras de folhas.
Nunca pude fixar o teu semblante fugidio
e os teus olhos de insuportável claridade.
É como se eu estivesse ausente quando tu chegas.
Sei que em algum lugar tu estás,
esvaindo-se entre os vãos dos meus dedos.
E vou, formiga de inverno, continuando a busca alada,
e encontro teus sinais, no verde dos brotos
e no rumor das águas de fevereiro.
Perfilados, muitos concorrentes vagam pelo chão,
incapazes de acertar a direção certa,
enquanto vôo no bico de um pássaro,
esperando a hora do reencontro, no transe da inspiração.
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