As eleições de 1950 deram início a mais prolongada e intensa crise política da história moderna do Marahão.
Tínhamos, naquele período, conforme o jornalista BENEDITO BUZAR, 254.321 eleitores. Dentre eles, 43.306 eram de zonas eleitorais da capital. Se a oposição era forte na capital, o vitorinismo ganhava no interior.
As estratégia dos dois lados era simples: impugnar urnas de colégios eleitorais onde o adversário era forte. O TRE não conseguiu julgar os recursos com a rapidez que a neurose política instalada queria.
De forma surpreendente, o tribunal anulou cerca de 16 mil votos da capital, possibilitando vantagem de cerca de 6 mil votos para EUGÊNIO DE BARROS.
Para agravar o problema, SATU BELLO morre no dia 16 de janeiro de 1951, antes que a justiça eleitoral definisse o pleito.
Para deputados estaduais e federais, os números revelevam o equilíbrio da disputa: o governo elegeu 20 deputados estaduais e as oposições elegeram 14 parlamentares; o governo elegeu 5 deputados federais e as oposições elegeram 4.
O fato é que o TRE terminou por diplomar EUGÊNIO BARROS, embora com recursos pendentes. Marcada a posse para o dia 31 de janeiro de 1951, as oposições mobilizaram grande concentração popular em 26 de janeiro, no Largo do Carmo.
Istalou-se a crise política. O TSE deferiu o pedido de forças federais para garantir a posse. Quando o povo soube, começaram os comícios e as passeatas. Foram depredadas as residências do desembargador HENRIQUE COSTA FERNANDES e do juiz RUI MORAES, ambos do TRE.
Enquanto a posse ocorria, o povo tirava, pela força, a rádio Timbira do ar, e incendiava o Diário de São Luís. Na rua Afonso Pena, soldados da PM atiraram contra o povo insurreto. Mais tarde, um caminhão da polícia resolve atravessar o Largo do Carmo, mobilizado. Os PMs foram vaiados e atiraram novamente. Agora, além dos feridos, um morto: JOSÉ RIBAMAR PRADO, um jovem operário de 17 anos.
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