sábado, 3 de janeiro de 2009

As Oligarquias no Maranhão - IX

Uma manobra da oposição permitiu a um grupo de desembargadores questionarem a legitimidade da eleição do presidente do Tribunal de Justiça, TRAYAHU MOREIRA, que transmitiu o cargo a EUGÊNIO DE BARROS. Um mandado de seguraça foi concedido, para dar posse ao desembargador NELSON JANSEN no cargo de governador. Apesar disso, EUGÊNIO BARROS manteve-se firme no Palácio dos Leões, com as tropas federais a seu favor.

Após longas e demoradas conversações, firmou-se um acordo, consistente no pedido de licença do governador EUGÊNIO DE BARROS, por 60 dias, e na eleição de seu substituto, CÉSAR ALEXANDRE ABOUD, presidente da Assembléia Legislativa.

Depois de quinze dias de revoltas e paralisação do comércio e da indústria da capital, uma nova realidade se descortinava.

A posse de CÉSAR ABOUD foi comemorada pelo povo, como uma vitória parcial sobre o vitorinismo.

O julgamento do recurso contra a diplomação de EUGÊNIO DE BARROS somente foi ocorrer a 3 de setembro de 1951. O resultado foi no sentido do reconhecimento da validade da diplomação, com todos os ministros acompanhando o voto do relator.


Na Avenida Pedro II, o povo protestou contra a decisão.No dia 4 de setembro, ocorreu grandioso comício, com a participação dos líderes oposicionistas. Em vigília cívica à frente do Palácio, a massa pedia para CÉSAR ABOUD permanecer à frente do Executivo.

No dia 10 de setembro, EUGÊNIO DE BARROS pediu mais 10 dias de licença, fato que foi comemorado pelo povo em agitaçao ascendente.

Com a insistência de EUGÊNIO em reassumir o poder, na noite de 17 de setembro o Largo do Carmo voltou a ser ocupado pela multidão. No dia 18, um ônibus, ocupado por governistas, inadvertidamente, tentou ultrapassar a barreira policial, que dividia o Largo do Carmo da AVenida Pedro II, e foi alvejado pela polícia, acreditando ser mais um ato de violência dos oposicionistas.

Seguiu-se pesado tiroteio, resultando dois mortos e vários feridos. No meio da confusão as tropas federais ocuparam a Avenida Pedro II. A multidão revoltada incendiou o Tribunal Regional Federal.

Em 20 de setembro chegou a notícia de que o advogado provisionado, RAIMUNDO BASTOS, com o apoio de 12 mil homens, estaria marchando em direção à capital, para derrubar o governador. A dispersão desse movimento pela polícia não demorou muito.

Apesar de tudo, o movimento grevista persistia, paralisando toda a vida da capital. Agora, um fenômeno novo se fazia presente: os incêndios criminosos nos bairros de periferia. Já chegava a dois mil o número de desabrigados, quando aqui desembarcou o Ministro da Justiça, NEGRÃO DE LIMA.

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