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Rebelião
A segurança na delegacia de Pinheiro foi reforçada por policiais civis e militares. Mas a superlotação, problema que originou a rebelião, perdura nas celas do 2°DP.
Douglas Cunha
José Ramiro é acusado de ser o líder da rebelião.
PINHEIRO - Movimentação intensa na manhã desta quarta-feira no 2° DP da Delegacia Regional de Pinheiro. Na maioria pessoas em busca de informações de parentes encarcerados. Na madrugada de segunda para terça-feira seis detentos foram executados durante motim - quadro deles decapitados.
A segurança foi reforçada por policiais civis e militares. Mas a superlotação, problema que originou a rebelião, perdura nas celas do 2°DP. Nesta terça, 16 detentos foram transferidos para delegacias de outros municípios, mantidas em sigilo por segurança. Enquanto isso, a Polícia Técnica fez perícias dos cadáveres e entregou os corpos às famílias para o sepultamento.
A delegada Laura Amélia Barbosa, titular da Regional de Pinheiro, divulgou a lista dos executados cujos cadáveres permaneciam no necrotério do Hospital Municipal Antenor Abreu (confira abaixo).
Laura Amélia disse que a Regional passou por recente reforma e teve as celas concretadas. Recebeu telas de ferro no teto e no piso, o que impossibilita escavações e dificulta as fugas.
Dos executados, apenas um era pedófilo: José Agostinho Bispo Pereira, 55 anos, de Pinheiro. Os demais estavam presos por outros crimes. Agora outros pedófilos permanecem presos em celas isoladas para evitar que também sejam executados. Um inquérito foi instaurado para apurar responsabilidades e identificar os mentores da chacina.
O detento José Ramiro Moreira de Araújo, 18 anos, foi quem negociou com as autoridades a rendição dos amotinados e está sendo apontado como o preso que chefiou o motim. Ele nega. Diz que o movimento não teve chefe. Foi a comunidade carcerária que se rebelou para reivindicar melhorias no tratamento dado aos detentos na Delegacia Regional de Pinheiro.
Os detentos reclamam da superlotação e do fato de não terem permissão para o uso de televisores e ventiladores na carceragem. É proibido a entrada desse tipo de equipamento nas delegacias. Eles podem ser desmontados e virar armas, segundo a delegada. Ela acrescenta que transferir presos é difícil. As outras delegacias não têm estrutura para recebê-los. “Muitos destes presos querem ir para estas delegacias porque sabem que dali poderão escapar facilmente”, assegurou Laura Amélia. Hoje a carceragem abriga 91 presos - 16 são sentenciados. Os outros aguardam decisão da Justiça.
DETENTOS MORTOS
- Paulo Sérgio Cunha Pavão, natural de Mirinzal, 40 anos, condenado por tráfico e porte ilegal de arma (decapitado)
- Alessandro de Jesus Costa Pereira, 28 anos, natural de Pinheiro, condenado por roubo (decapitado)
- José Ivaldo Brito,50,natural de Bequimão, condenado por transgressão à Lei Maria da Penha (decapitado)
- José Agostinho Bispo Pereira, natural de Pinheiro, 55 anos, condenado por estupro (decapitado)
-Raimundo Nonato Soares Mendes, conhecido como “Pampo”, 28 anos, natural de Pinheiro, condenado por furto
-Jorge Luís de Sousa Moraes, 20 anos, natural de São Luís, preso por roubos.
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