quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Presos ameaçam fazer outra rebelião em Pinheiro
http://www.oimparcialonline.com.br/noticias.php?id=72040
Presos não querem ser transferidos para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas em São Luís. Caso não seja cumprido o acordo, outra rebelião será deflagrada.
Exibindo um documento em que autoridades judiciárias e policiais se comprometem em não transferir os presos da carceragem da Delegacia Regional de Pinheiro para o Complexo Penitenciário de São Luís.
O detento José Ramiro Moreira Araújo, de 18 anos, acusado de ser o líder do motim, deixou claro que se tal compromisso for desrespeitado um novo motim poderá ocorrer naquela unidade da Secretaria de Segurança Pública, que continua com o problema de superlotação nas dependências do DP. “Presos da Baixada que vai para Pedrinhas é morto”, afirmou.
Os presos que se amotinaram continuam no “gaiolão” destinado ao banho de sol, onde aguardam a conclusão dos trabalhos de recuperação das celas, para que voltem aos mesmos. Dessa forma, o problema não terá solução imediata e vai continuar.
A delegada regional Laura Amélia Barbosa, os presos não podem ser transferidos para algumas delegacias da região em função destas não contarem com carceragem apropriada, já que não possuem lajes e o teto é de telha comum, o que facilita a fuga dos detentos. A Secretaria de Segurança garantiu que obras de ampliação serão realizadas na carceragem do DP de Pinheiro.
Ramiro e outros detentos reclamaram da água servida, da superlotação, do tratamento e o veto, pela delegada, da entrada de ventiladores e televisores. “Faz muito calor por causa de muitos presos juntos. São 97 em apenas três celas”, disse Ramiro.
Laura Amélia se defende dizendo que ao assumir a Regional já não havia ali televisores nos xadrezes e quanto aos ventiladores, os considera material de fácil transformação em arma.
José Ramiro, e Nilton Carlos Brito, de 21 anos, apesar de jovens, são apontados como os líderes do motim e estão sendo indiciados no inquérito instaurado para apurar responsabilidades, já que foram vistos por policiais quando decapitavam os presos executados.
Entretanto ambos negam afirmando, ironicamente: “Aqui não teve líder e não sabemos de nada, não vimos nada”, afirmou Ramiro. “Aqui não tem chefe. Se alguém quiser ser chefe, também morrerá”, sentenciou Nilton Carlos.
Relembrando o caso
O motim na carceragem da Delegacia Regional de Pinheiro teve início na noite de segunda-feira e foi encerrado nas primeiras horas da tarde de terça-feira depois de 15 horas de terror e negociações.
Deixou um saldo macabro de seis mortos, sendo quatro por decapitação. Os 91 presos que ocupavam três celas de em 3 m² foram levados para o “gaiolão” e ali permanecem 75 presos tendo em vista que 16 foram transferidos para a carceragem do 1º DP de Pinheiro e para outras delegacias da Baixada maranhense.
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