O sinais são evidentes: o sistema de segurança do Maranhão continua o mesmo, acrescentado com uma boa dose de discursos da matriz tolerância zero.
A lua de mel com o governo parece que acabou. Já vão longe os dias que a famigerada MP 185 e fotografias ao lado de PM ferido em combate resolviam o problema.
Gradativamente a tropa - especialmente a PM - vai compreendendo que os velhos tempos estão de volta. Melhor: sempre estiveram.
O aumento do efetivo sairá a conta gotas e a política salarial revelou-se mais do que frustrante. Em resumo, a polícia militar continuará jogada para as cobras e o sistema de segurança permanecerá fechado em si mesmo, impermeável ao controle social e principalmente INEFICIENTE.
O caso da execução em Vitória do Mearim é apenas uma amostra de como anda a gestão do sistema: cheia de buracos, necessitando até da colaboração de capangas de prefeitos que usurpam a função dos policiais.
O que pior, em Vitória do Mearim, as duas pessoas foram vítimas da abordagem letal simplesmente porque furaram o bloqueio da polícia. A justificativa apresentada inicialmente pela polícia - que circulou amplamente na mídia - revelou-se mentirosa: a de que teria havido um confronto e que a vítimas da abordagem seriam suspeitos de praticarem um assalto em um supermercado no dia anterior.
De concreto já existe a informação de que Irinaldo Batalha - executado com dois tiros no rosto - era mecânico e não tinha ficha criminal, fato confirmado pela família.
Ao se posicionar inicialmente sobre o fato, o Governo comprou a versão da polícia, atribuindo a responsabilidade única e exclusivamente ao vigilante. A polícia estaria na captura do outro suspeito, no momento da execução de Irinaldo, na versão da nota oficial do Governo.
Confiar na versão dos policiais sem checar as informações faz parte do método de defesa virtual do novo governo. Nas redes sociais hoje não é incomum encontrar Secretários de Estado utilizando linguajar depreciativo contra seus opositores ou interlocutores. Até o próprio Governador faz isso com frequência curiosa.
Ocorre que o crime foi estupidamente praticado numa via pública, com assistência numerosa de populares. Não tardou outro vídeo retratar a barbárie na sua forma crua: uma guarnição da PM estava junto com o assassino. E o assassino, depois de colocar o corpo na mala da viatura, ajudado pelos PMs que ali estavam, foi embora junto com eles.
Isso mesmo. O suposto vigilante, portando colete balístico da PM, calça camuflada e coturno, adentra a viatura, como se fosse um policial, depois que executa sua vítima. Aliás, sua presença na cena do crime tem a desenvoltura de uma autoridade policial.
A vítima - desacordada e ferida por um tiro - agoniza no chão. O algoz - que mais parecia um militante do grupo terrorista "Estado Islâmico" - checa com o pé no rosto da vítima se ainda respira. Depois dispara duas vezes no rosto. Tiros de misericórdia.
Imagine como uma cena dessa foi possível. Como atuam as autoridades de um município desses, sem efetivo de polícia. Um vigilante, x-9, ou sem lá o quê, passa a colaborar com a polícia. Depois, por iniciativa própria ou por orientação de algum superior hierárquico, assume funções policiais.
Anda com arma na cintura pela cidade, trafegando em viaturas da polícia. Ninguém diz nada. Para compensar sua própria incompetência legal, assume o perfil de valentão e destemido. Nota que a cidade inteira já lhe atribui a profissão que usurpa. Aí temos o monstro, que, segundo me informam, não existe apenas em Vitória do Mearim, mas também em vários outros municípios do Estado. Será verdade?
Lembrando apenas que o Estado, por intermédio da sua polícia, já matou esse ano 61 pessoas. Não contabilizei os de hoje ainda. E quatro policiais tombaram mortos.
Mas apesar dos sinais de crescente rejeição, a maioria dos conservadores americanos continua favorável à pena de morte.
O governador de Nebraska disse os legisladores estavam "completamente em descompasso com a grande maioria da população do Estado".
"Ninguém viajou por este Estado mais do que eu nos últimos 18 meses, e em todos os lugares onde vou há um enorme apoio à manutenção da pena de morte", diz Ricketts, que antes da votação desta quarta anunciou a compra de drogas de um fornecedor da Índia para serem usadas na injeção letal.
A falta de fornecedores de drogas para a injeção letal, resultado de pressão de laboratórios e grupos europeus que se recusam a fornecer seus produtos para uso em execuções, vem afetando vários dos 32 Estados que adotam a pena de morte.
Muitos estão adotando moratórias até que a Suprema Corte decida se o uso de determinadas drogas na injeção letal fere a Constituição por constituir uma "punição cruel", em um caso cuja decisão é esperada até o fim de junho.
Em Nebraska, a última execução foi a de Robert Williams, em 1997, o que leva muitos opositores da pena de morte a argumentar que, na prática, ela já não existe no Estado.
Há dez prisioneiros no corredor da morte, nenhum com data marcada para a execução. A lei de Nebraska só vale para novas condenações, mas, historicamente, nenhum Estado americano que aboliu a pena capital executou posteriormente prisioneiros que já estavam no corredor da morte.
Segundo especialistas, o mais provável é que eles acabem, na prática, cumprindo prisão perpétua.