domingo, 26 de abril de 2015

Comissão aprova projeto que muda definição de trabalho escravo no Código Penal

Abong


24/04/2015

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento Desenvolvimento Rural aprovou na quarta-feira (15) proposta que define o que é trabalho escravo no Brasil e altera o Código Penal (Decreto-Lei 3.689/41), retirando os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” da definição do crime.

Pelo Projeto de Lei 3842/12, do ex-deputado Moreira Mendes, a expressão "condição análoga à de escravo, trabalho forçado ou obrigatório" compreende o trabalho ou serviço realizado sob ameaça, coação ou violência, com restrição de locomoção e para o qual a pessoa não tenha se oferecido espontaneamente.

Relator na Comissão de Agricultura, o deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS) decidiu acolher na íntegra o relatório apresentado anteriormente pelo ex-deputado Reinaldo Azambuja, que, em agosto de 2013, recomendou a aprovação do projeto de Mendes e a rejeição ao projeto de lei principal (PL 5016/05) e aos demais 12 apensados.



Ex-coordenador da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária, Heinze compactua com a preocupação da bancada ruralista quanto aos efeitos da Emenda Constitucional 81, que prevê a expropriação de imóveis rurais e urbanos onde for constado trabalho escravo. Pela emenda, os imóveis desapropriados por essa razão serão destinados à reforma agrária ou a programas de habitação popular, sem indenização ao proprietário.

Código Penal

A bancada ruralista teme que a atual redação do Código Penal, por não definir o que é “jornada exaustiva” e “condição degradante de trabalho”, permita interpretações que levem à desapropriação de imóveis rurais.

Atualmente, o Código Penal define o crime de trabalho escravo como “reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto”.

O texto aprovado também inclui, nessa definição, a necessidade de haver ameaça, coação e violência para a caracterização do trabalho escravo. O projeto, no entanto, não modifica a pena estabelecida para o crime pelo Código Penal: reclusão de dois a oito anos e multa, além da pena correspondente à violência praticada.

Segundo o projeto, não será considerado análogo à escravidão o trabalho exigido em virtude de serviço militar obrigatório; de obrigações cívicas comuns; de decisão judicial; de situação de emergência ou calamidade; ou o trabalho exercido de forma voluntária.

Tramitação

O projeto ainda será analisado pelas comissões Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será votado no Plenário.

Fonte: Câmara dos Deputados

Atingidos pela Vale denunciam violações de direitos humanos e ambientais


Violação de direitos


sexta-feira 24 de abril de 2015


Na última semana, reuniram-se na cidade do Rio de Janeiro comunidades atingidas pelas operações da mineradora Vale S.A. Representantes do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Pará encontraram-se em decorrência da realização da Assembleia dos Acionistas da Vale. A assembleia que acontece anualmente reúne os investidores da empresa. Desde 2010, representantes de comunidades atingidas pela mineradora e de entidades e movimentos sociais passaram a comprar ações da empresa com o objetivo de denunciar os impactos que sofrem. Na reunião, que é a mais importante para a Vale S.A, cada representante tem direito de voz e voto.

A participação dessas pessoas também evidencia que há populações que resistem ao modo como a empresa chega em seus territórios. Um exemplo é a aldeia indígena dos Akrãtikatêjê, localizada no km 15 da rodovia BR 222, no estado do Pará. Esse povo luta contra os impactos do Programa Grande Carajás e é uma das comunidades que contesta o estudo de impacto ambiental referente à duplicação da Estrada de Ferro Carajás (EFC). “No estudo que eles estão fazendo não cita os impactos que sentimos, o trem vai passar de 20 em 20 minutos e isso não tem no estudo. E eles ainda dizem que não tem poluição sonora. Temos que esperar o trem passar pra ir atrás da caça e nisso a gente a gente perde a caça”, conta Ruilvaldo da Costa Valdenilson, morador da aldeia.

Do Maranhão, comunidades quilombolas denunciaram os impactos provocados pela mineradora, muitos também decorrentes da duplicação da EFC. No ano passado, a ferrovia Carajás foi interditada durante cinco dias pelos povos quilombolas do Maranhão que denunciaram os retrocessos desse projeto de desenvolvimento. O direito de ir e vir, atropelamento de pessoas e animais, alteração dos modos de vida e produção social das comunidades são alguns exemplos. “A Vale não reconhece que causa esses impactos, mas na Justiça Federal, em São Luís há pelo menos três ações civis públicas por conta da violação de direitos pela presença dos trilhos da EFC, situação que só se agrava com a duplicação que vem sendo feita sem que se realizem os estudos de impacto adequados, sem EIA/RIMA, apenas com PBA”, detalhou Sislene Costa, pesquisadora da Rede Justiça nos Trilhos.

Assembleia dos acionistas da Vale é marcada por intervenções de organizações em defesa das comunidades atingidas pela mineradora

A Assembleia Geral Ordinária (AGO) da companhia Vale S.A foi realizada na última sexta-feira (17), no Rio de Janeiro.A iniciativa de participar das reuniões com os acionistas da Vale é uma atividade conjunta de diversas organizações que compõem a Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale. Os acionistas críticos representaram organizações, como a Rede Justiça nos Trilhos, Missionários Combonianos, Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul e a ONG Justiça Global.

Essas entidades ou seus membros passaram a deter ações da Vale com o objetivo de denunciar os impactos socioambientais que a Vale causa no Brasil e no mundo e dar voz às comunidades atingidas pela empresa, alertando os demais acionistas sobre os riscos decorrentes dos conflitos entre a Vale e as comunidades. Na ocasião, os acionistas críticos apontaram pautas relevantes sobre os seguintes temas:

Falta de transparência

A ausência de clareza da Vale sobre as medidas tomadas para investigar internamente as práticas de espionagem e de infiltração que segundo denúncias divulgadas em 2013 estariam sendo praticadas em seu nome contra os próprios funcionários, organizações sociais, jornalistas e autoridades. Outra preocupação é o fato de a empresa ter encomendado à SNC-Lavalin Minerconsult um estudo técnico sobre o plano de expansão para a mina Apolo, sendo que essa empresa de consultoria canadense tem uma reputação baixa no mercado internacional, por já ter sido flagrada em fraudes e corrupção.

Descaso com as comunidades

Há conflitos com as comunidades quilombolas do Maranhão, decorrentes do não cumprimento pela Vale de dois acordos homologados pela Justiça Federal no Maranhão referentes à construção de viadutos e de outras obrigações. Esse descumprimento levou à morte de um homem de 55 anos, da comunidade Jaibara dos Nogueiras, em Itapecuru-Mirim, atropelado pelo trem em agosto de 2014. A insatisfação das comunidades pelo descaso da Vale resultou em uma ação de protesto que bloqueou o tráfego de trens na Estrada de Ferro Carajás (EFC) por cinco dias (entre 23 a 27 de setembro). A própria Vale admitiu os prejuízos, em seu relatório referente aos resultados de produção do 3º. Trimestre de 2014, atribuindo à mencionada paralisação a culpa pela redução dos embarques em 3,6 milhões de toneladas de minério de ferro naquele período.

Ilegalidade em suas operações

A Vale descumpriu condicionantes impostas nos licenciamentos de seus empreendimentos em Minas Gerais, nos últimos 10 anos, especialmente em relação a compromissos com as comunidades e a criação de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN’s). Existe a possibilidade de suspensão das licenças de empreendimentos em fase de implantação ou de operação, o que traria graves prejuízos, não só financeiros como também à imagem da empresa. Além disso a empresa continua insistindo com o projeto da Mina Apolo em um contexto de grave escassez hídrica em Minas Gerais, pelo qual o projeto poderá não obter licenciamento.

Diminuindo custos, aumentando conflitos

Os acionistas críticos também questionaram o aumento significativo na remuneração dos membros do Conselho de Administração, da Diretoria Executiva e do Conselho Fiscal da empresa, mesmo sendo apontada pela própria Diretoria Executiva a necessidade de corte de despesas, por conta da queda de receita decorrente da desvalorização no preço do minério de ferro. A título ilustrativo, foi apontado que a previsão de R$ 99 milhões para oito diretores executivos em um ano (o que dá aproximadamente R$ 1 milhão por mês para cada um) não condiz com a política de corte de despesas da empresa.

Enquanto isso os conflitos com as comunidades atingidas e os trabalhadores aumentam devido exatamente à contenção de despesas. A empresa ainda deve indenizações a todas as famílias atingidas pela poluição decorrente das operações da companhia siderúrgica TKCSA, no Rio de Janeiro, da qual a Vale detém 27% das ações; a Vale foi recentemente autuada, pela primeira vez em sua história, por manter trabalhadores em situação análoga à de escravos em Minas Gerais; houve naquela mesma semana a paralisação de milhares de trabalhadores em Carajás - PA, que protestaram devido a demissões em massa e à proposta da empresa de cortes de direitos trabalhistas.

Além disso, a empresa cortou unilateralmente em fevereiro deste ano o repasse de recursos aos povos indígenas da Terra Indígena Mãe Maria, no Pará, contrariando as obrigações decorrentes do histórico Convênio 0333/90, que decorre dos mandamentos legais contidos na Resolução do Senado Federal nº. 337/1986 (art. 3º., “e”) e do Decreto Presidencial correspondente, de 06/3/1997 (artigo 2º., V) e deixando, portanto, os indígenas em condições precárias.

Relatório de Insustentabilidade da Vale 205

Em paralelo a participação na Assembleia dos Acionistas da Vale, os impactos provocados pela empresa também foram denunciados no “Relatório de Insustentabilidade da Vale 2015”. Produzido pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, o relatório traz relatos e dados que comprovam o desrespeito aos direitos humanos e ambientais, que é mascarado pelos gastos em publicidade e pela suposta responsabilidade social da empresa, que, em 2012, recebeu o "Public Eye Award", prêmio de pior empresa do mundo.

O relatório reúne informações sobre mais de 30 casos de conflitos envolvendo toda a cadeia de produção da Vale em diferentes países onde a empresa opera. Os casos mais graves como episódios de espionagem e trabalho escravo, que recentemente foram objeto de denúncias ao Ministério Público, também estão no relatório.

Documentário Buraco do Rato

Também foi lançado o documentário Buraco do Rato. O “Buraco do Rato” é uma produção do Comitê em Defesa dos Territórios frente a Mineração e tem como temática a história da Companhia Vale S.A. e a prática de espionagem praticada sistematicamente contra Movimentos Sociais, funcionários, terceirizados, jornalistas e governos.

Rede Justiça nos Trilhos

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Os desafios da segurança pública




SEX, 24/04/2015 - 06:45
Luis Nassif



Duas grandes conclusões perpassaram o 58o Fórum Brasilianas, que versou sobre a segurança pública nas grandes cidades.

O primeiro, a falta de dados estatísticos e de transparência dos órgãos de segurança.

O segundo, a exigência cada vez maior de uma abordagem integrada sobre o tema, envolvendo secretarias de diversas áreas.

***

Especialista em informática e em estatísticas de segurança, Coordenador de Ciência, Tecnologia e Inovação da cidade de Fortaleza, João José Vasco Peixoto Furtado consegue montar mapas detalhados de cada cidade norte-americana, cruzando dados policiais georreferenciados com dados de mobilidade urbana, saúde, educação, meramente utilizando o Google. Mas não consegue montar nada similar em nenhuma cidade brasileira, dado a precariedade dos dados.

A divulgação de dados é um samba de uma nota só: a única estatística que conta é a de crimes de morte. Mas nem os jornalistas perguntam nem as autoridades saberiam responder sobre as causas de aumentos ou reduções diz Peixoto, justamente devido à falta de integração de bancos de dados.

***

Não bastasse a dificuldade em se obter dados, não há uniformidade nas estatísticas. Só para homicídios existem oito denominações diferentes, conforme atestou Adilson Paes de Souza, Tenente Coronel da Reserva da Polícia Militar paulista a estudioso do tema.

Homicídio é homicídio, diz ele. Só que criaram-se classificações como auto de resistência (criação da ditadura), legítima defesa, resistência seguida de morte, morte decorrente de intervenção policial.

E a classificação é completamente arbitrária. Em um dos conflitos no Alemão, Rio, morreram 17 pessoas. Na cena do crime havia centenas de projeteis. Os laudos indicavam que 75% dos tiros atingiram as vítimas em áreas letais. Mas foi classificado como “auto de resistência”.

Na Favela de São Remo, em São Paulo, na semana passada foram mortas quatro pessoas em um veículo, uma delas menor. Um dos mortos ostentava um colar de perfurações de bala no pescoço e os dentes quebrados. O Boletim de Ocorrência indicava “morte decorrente de intervenção policial”.

***

Do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense, Pedro Heitor Barros Geraldo identifica quatro pontos críticos na segurança pública:

Irresponsabilidade do Estado, que se orienta pela ética inquisitorial da culpa e não da recuperação.

Desarticulação entre instituições de segurança pública e a justiça criminal, e mesmo entre as duas policias, Civil e Militar.

Ética repressiva e punitiva como fundamento na formação militar e jurídica dos agentes. Há quase um monopólio do militar e do jurídico nas políticas de segurança.

Forma de administração de conflitos, em que polícia e instituições de justiça criminal não se subordinam às regras democráticas republicanas.

***
Nesse quadro, não se montam políticas de longo prazo, substituindo-as por propostas de aumento das penas – como o caso da redução da maioridade penal – totalmente inócuas, na opinião de todos os expositores.

O caminho é a construção conjunta de políticas de segurançaa, juntando as polícias, estudiosos e as comunidades.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Sim, existe uma Bancada da Bala - Por Gabriela Cunha Ferraz*


Especial para Ponte — 16/04/15
Elegemos parlamentares que, unidos, formaram o que vem sendo vulgarmente conhecido como Congresso BBB. Seus membros estão comprometidos com os interesses da Bala, do Boi e da Bíblia




O país está dividido, e, em meio a tantas incertezas, nossa única certeza é que, hoje, existem, escancaradamente, bancadas parlamentares estruturadas e com pautas claramente conservadoras, fundamentalistas e machistas.

Elegemos parlamentares que, unidos, formaram o que vem sendo vulgarmente conhecido como Congresso BBB porque seus membros estão comprometidos com os interesses da Bala (indústria armamentista); do Boi (ruralistas) e da Bíblia (evangélicos).Aqui, para reduzir o estresse mental, vamos nos ater ao impacto destrutivo da chamada Bancada da Bala.

Na tarde do dia 25 de março, a bancada da bala, depois de bradar pela redução da maioridade penal de manhã, se reuniu na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados para debater a situação dos haitianos e os problemas sanitários (doenças) e criminais que trazem para o país.

Essa discussão, além xenófoba e discriminatória, atesta que temos uma bancada de parlamentares, eleitos pelo povo, sim, mas que legislam em causa própria e de acordo com interesses escusos e nada democráticos. Interesses estes motivados por rechonchudos financiamentos privados de campanha, oriundos de empresas que precisam manter representantes particulares no Congresso.

Significa dizer que o discurso sobre a suposta impunidade que explica o permanente estado de insegurança no qual hipoteticamente vivemos é, no frigir dos ovos, uma grande falácia que encobre o verdadeiro foco do problema. Os financiamentos privados de campanha fazem com que alguns dos parlamentares eleitos precisem se manter fiéis aos discursos das empresas que ajudaram a elegê-los.

É preciso manter um discurso alarmista sobre a segurança pública porque a criação desse estado social é lucrativo e favorece um grupo determinado de pessoas que, ao longo dos anos, vem se tornando cada vez mais rico e poderoso. Muitos dizem saber disso, mas poucos parecem ter noção das reais implicações e consequências dessas relações. Esclarecendo: Quem manda nesse país não são os parlamentares, eles apenas fazem cena e chamam os holofotes para si, tentando apagar que os verdadeiros donos do país: o capital.

Dos 33 titulares da comissão de segurança pública, 17 (51%) são parlamentares pertencentes a corporações patriarcais e conservadoras como as Polícias Militar, Civil e Federal, Exército e Bombeiros. Sendo maioria, eles conseguem estar presentes em todas as importantes votações apoiando uns aos outros, concordando com os votos dos colegas e afastando a participação dos movimentos sociais de base, que passam a ser sumariamente excluídos do grupo seleto de pessoas com direito a voz. Considerando que os militantes dos direitos humanos não estão abertos a serem financiados por empresas que violam diuturnamente esses direitos e liberdades individuais, talvez sejamos definitivamente rechaçados dentro da própria casa do povo.

O cenário está longe de ser razoável. Na pauta do dia temos um Projeto de Emenda Constitucional que reduz a idade da maioridade penal, ferindo uma importante cláusula pétrea e desconsiderando o maior texto da nossa República. De outro lado, marcos legais que ampliariam direitos, como o fim das revistas vexatórias, a regulamentação das audiências de custódia e o fim dos autos de resistência, caminham com extremo vagar no Congresso.


O que esperamos do Poder Legislativo são parlamentares que escutem a voz da sociedade, se informem sobre as necessidades e anseios do povo, mas sem com isso descuidar dos direitos de grupos minoritários e vulneráveis. O que não precisamos são de fantoches guiados por grandes conglomerados econômicos. Queremos representantes participativos e assíduos que defendam os direitos humanos, mas estamos fartos de deputados que priorizam suas patentes, medalhas e uniformes.

Não, não precisamos de uma bancada com indivíduos que ratificam um discurso de ódio, o recrudescimento de penas e o estado de controle máximo, ao passo em que eles mesmos cometem verdadeiros crimes de racismo, além de incitação pública da violência institucional e do crime de estupro em plena sessão parlamentar, como no episódio que envolveu a ex-ministra Maria do Rosário.

Mas, o que esperar de um poder que organiza seus representantes em castas temáticas pela defesa de interesses particulares? Que rasguem a Constituição, oras.



*Gabriela Ferraz é advogada, mestre em Direitos Humanos pela Universidade de Strasbourg e coordenadora de advocacy do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania. Também atua como coordenadora do Cladem Brasil e como advogada da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo (SP)

Veja quais deputados votaram a favor da terceirização

Carta Capital
por Redação — publicado 22/04/2015 21h39, última modificação 22/04/2015 21h48
Projeto de lei 4330/04 foi aprovado por 230 votos contra 203 e permite que empresas subcontratem para todos os setores
Gustavo Lima - Câmara dos Deputados
A Câmara aprovou na noite desta quarta-feira 22, por 230 votos a favor e 203 contra,emenda aglutinativa alterando alguns pontos do projeto que regulamenta a terceirização, o PL 4.330/04. A emenda manteve no texto-base a possibilidade deterceirizar a atividade-fim, o que permite que empresas possam subcontratar para todos seus setores de atividade.
A emenda foi aprovada com apoio de partidos como, por exemplo, PSDB, PMDB, DEM, PSD e Solidariedade, entre outros, enquanto que PT, PCdoB, PSB, PV, PDT, Pros e Psol ficaram contrários à proposta. 
Veja como votou cada deputado, conforme lista disponível no site da Câmara dos Deputados:
DEM
Alexandre LeiteSPSim
Carlos MellesMGSim
Claudio CajadoBASim
Eli Côrrea FilhoSPSim
Elmar NascimentoBANão
Hélio LeitePASim
Jorge Tadeu MudalenSPSim
José Carlos AleluiaBASim
MandettaMSNão
Marcelo AguiarSPSim
Mendonça FilhoPESim
Moroni TorganCENão
Onyx LorenzoniRSSim
Osmar BertoldiPRSim
Paulo AziBASim
Professora Dorinha Seabra RezendeTONão
Total DEM: 16   
PCdoB
Alice PortugalBANão
Aliel MachadoPRNão
Carlos Eduardo CadocaPENão
Daniel AlmeidaBANão
Davidson MagalhãesBANão
Jandira FeghaliRJNão
Jô MoraesMGNão
João DerlyRSNão
Luciana SantosPENão
Orlando SilvaSPNão
Rubens Pereira JúniorMANão
Wadson RibeiroMGNão
Total PCdoB: 12   
PDT
Abel Mesquita Jr.RRNão
Afonso MottaRSNão
André FigueiredoCENão
DagobertoMSNão
Damião FelicianoPBNão
Félix Mendonça JúniorBASim
Flávia MoraisGONão
Giovani CheriniRSNão
Major OlimpioSPNão
Marcelo MatosRJNão
Marcos RogérioRONão
Mário HeringerMGSim
Pompeo de MattosRSNão
Roberto GóesAPNão
Ronaldo LessaALNão
Sergio VidigalESNão
Subtenente GonzagaMGNão
Weverton RochaMANão
Wolney QueirozPENão
Total PDT: 19   
PEN
André FufucaMASim
Junior MarrecaMANão
Total PEN: 2   
PHS
Adail CarneiroCENão
Diego GarciaPRNão
Kaio ManiçobaPESim
Marcelo AroMGSim
Total PHS: 4   
PMDB
Alberto FilhoMASim
Aníbal GomesCESim
Baleia RossiSPSim
Cabuçu BorgesAPSim
Carlos BezerraMTSim
Carlos Henrique GaguimTOSim
Carlos MarunMSSim
Celso JacobRJSim
Celso MaldanerSCSim
Celso PanseraRJSim
Daniel VilelaGOSim
Danilo ForteCESim
Darcísio PerondiRSSim
Dulce MirandaTONão
Edinho BezSCSim
Edio LopesRRSim
Eduardo CunhaRJArt. 17
Fernando JordãoRJSim
Flaviano MeloACSim
Geraldo ResendeMSSim
Hermes ParcianelloPRNão
Hildo RochaMANão
Hugo MottaPBSim
Jarbas VasconcelosPENão
Jéssica SalesACSim
João ArrudaPRNão
João Marcelo SouzaMASim
José FogaçaRSSim
José PriantePASim
Josi NunesTONão
Laudivio CarvalhoMGNão
Lelo CoimbraESSim
Leonardo PiccianiRJSim
Leonardo QuintãoMGSim
Lindomar GarçonROSim
Lucio MosquiniROSim
Manoel JuniorPBSim
Marcelo CastroPISim
Marcos RottaAMSim
Marinha RauppROSim
Marquinho MendesRJSim
Marx BeltrãoALNão
Mauro LopesMGSim
Mauro MarianiSCSim
Mauro PereiraRSSim
Newton Cardoso JrMGSim
Osmar SerraglioPRSim
Osmar TerraRSNão
Pedro ChavesGOSim
Rodrigo PachecoMGNão
Rogério Peninha MendonçaSCSim
Ronaldo BenedetSCSim
Roney NemerDFNão
Saraiva FelipeMGSim
Sergio SouzaPRSim
Silas BrasileiroMGSim
Simone MorgadoPANão
Soraya SantosRJSim
Valdir ColattoSCSim
Veneziano Vital do RêgoPBNão
Walter AlvesRNSim
Washington ReisRJSim
Total PMDB: 62   
PMN
Antônio JácomeRNNão
Dâmina PereiraMGSim
Hiran GonçalvesRRNão
Total PMN: 3   
PP
Afonso HammRSSim
Arthur LiraALSim
Beto RosadoRNSim
Cacá LeãoBASim
Conceição SampaioAMNão
Covatti FilhoRSSim
Dilceu SperaficoPRSim
Dimas FabianoMGSim
Eduardo da FontePESim
Esperidião AminSCSim
Ezequiel FonsecaMTSim
Fernando MonteiroPESim
Iracema PortellaPISim
Jerônimo GoergenRSSim
José Otávio GermanoRSSim
Julio LopesRJSim
Lázaro BotelhoTOSim
Luis Carlos HeinzeRSSim
Luiz Fernando FariaMGSim
Marcelo BelinatiPRNão
Marcus VicenteESSim
Mário Negromonte Jr.BASim
Missionário José OlimpioSPSim
Nelson MeurerPRNão
Odelmo LeãoMGSim
Renato MollingRSSim
Ricardo BarrosPRSim
Roberto BalestraGOSim
Roberto BrittoBASim
Ronaldo CarlettoBASim
Sandes JúniorGOSim
Total PP: 31   
PPS
Alex ManenteSPSim
Arnaldo JordyPANão
Carmen ZanottoSCSim
Eliziane GamaMANão
Hissa AbrahãoAMNão
Marcos AbrãoGOSim
Moses RodriguesCENão
Raul JungmannPENão
Roberto FreireSPSim
Rubens BuenoPRSim
Sandro AlexPRSim
Total PPS: 11   
PR
Alfredo NascimentoAMNão
Altineu CôrtesRJSim
Anderson FerreiraPENão
Bilac PintoMGSim
Cabo SabinoCENão
Capitão AugustoSPSim
Clarissa GarotinhoRJNão
Dr. JoãoRJSim
Francisco FlorianoRJNão
GiacoboPRSim
Gorete PereiraCESim
João Carlos BacelarBASim
Jorginho MelloSCSim
José RochaBANão
Laerte BessaDFSim
Lincoln PortelaMGNão
Lúcio ValePASim
Luiz CláudioROAbstenção
Magda MofattoGOSim
Marcio AlvinoSPSim
Maurício Quintella LessaALSim
Miguel LombardiSPSim
Milton MontiSPSim
Paulo FeijóRJSim
Remídio MonaiRRSim
Silas FreirePINão
TiriricaSPNão
Wellington RobertoPBNão
Zenaide MaiaRNNão
Total PR: 29   
PRB
Alan RickACSim
André AbdonAPNão
Beto MansurSPSim
Celso RussomannoSPNão
César HalumTOSim
Cleber VerdeMANão
Fausto PinatoSPSim
Jhonatan de JesusRRAbstenção
Jony MarcosSENão
Marcelo SquassoniSPSim
Ronaldo MartinsCEAbstenção
Sérgio ReisSPNão
Total PRB: 12   
PROS
Ademir CamiloMGNão
Antonio BalhmannCESim
Beto SalamePANão
Domingos NetoCENão
Dr. Jorge SilvaESNão
Givaldo CarimbãoALNão
Leônidas CristinoCENão
Miro TeixeiraRJNão
Rafael MottaRNNão
Ronaldo FonsecaDFSim
Valtenir PereiraMTNão
Total PROS: 11   
PRP
Alexandre ValleRJNão
Marcelo Álvaro AntônioMGNão
Total PRP: 2   
PRTB
Cícero AlmeidaALNão
Total PRTB: 1   
PSB
Adilton SachettiMTSim
Átila LiraPINão
BebetoBANão
César MessiasACSim
Fabio GarciaMTSim
Fernando Coelho FilhoPESim
FlavinhoSPNão
Glauber BragaRJNão
Gonzaga PatriotaPENão
Heitor SchuchRSNão
Heráclito FortesPISim
Janete CapiberibeAPNão
João Fernando CoutinhoPENão
José ReinaldoMASim
Jose StédileRSNão
Júlio DelgadoMGSim
Keiko OtaSPNão
Leopoldo MeyerPRSim
Luciano DucciPRNão
Luiz Lauro FilhoSPSim
Luiza ErundinaSPNão
Maria HelenaRRNão
Paulo FolettoESSim
Rodrigo MartinsPINão
Stefano AguiarMGNão
Tadeu AlencarPENão
Tenente LúcioMGSim
Tereza CristinaMSSim
Vicentinho JúniorTOSim
Total PSB: 29   
PSC
Andre MouraSESim
Eduardo BolsonaroSPSim
Erivelton SantanaBANão
Irmão LazaroBANão
Júlia MarinhoPASim
Marcos ReateguiAPNão
Pr. Marco FelicianoSPNão
Professor Victório GalliMTSim
Raquel MunizMGSim
Silvio CostaPESim
Total PSC: 10   
PSD
Alexandre SerfiotisRJNão
Átila LinsAMSim
Cesar SouzaSCSim
Danrlei de Deus HinterholzRSNão
Delegado Éder MauroPANão
Evandro Rogerio RomanPRSim
Fábio FariaRNSim
Fábio MitidieriSESim
Felipe BornierRJSim
Fernando TorresBANão
Francisco ChapadinhaPASim
GoulartSPSim
Herculano PassosSPSim
Heuler CruvinelGOSim
Indio da CostaRJSim
Irajá AbreuTOSim
Jaime MartinsMGSim
João RodriguesSCSim
Joaquim PassarinhoPASim
José Carlos AraújoBASim
Júlio CesarPINão
Marcos MontesMGSim
Paulo MagalhãesBANão
Rogério RossoDFAbstenção
Rômulo GouveiaPBSim
Silas CâmaraAMSim
Sóstenes CavalcanteRJSim
Walter IhoshiSPSim
Total PSD: 28   
PSDB
Alexandre BaldyGOSim
Alfredo KaeferPRSim
Antonio ImbassahyBASim
Arthur Virgílio BisnetoAMSim
Betinho GomesPENão
Bonifácio de AndradaMGSim
Bruna FurlanSPSim
Bruno AraújoPESim
Bruno CovasSPSim
Caio NarcioMGSim
Carlos SampaioSPSim
Célio SilveiraGOSim
Daniel CoelhoPENão
Delegado WaldirGONão
Domingos SávioMGSim
Eduardo BarbosaMGSim
Eduardo CurySPSim
Fábio SousaGOSim
Geovania de SáSCNão
Giuseppe VecciGOSim
IzalciDFSim
João CasteloMASim
Lobbe NetoSPNão
Luiz Carlos HaulyPRSim
Mara GabrilliSPNão
Marco TebaldiSCSim
Marcus PestanaMGSim
Max FilhoESNão
Miguel HaddadSPSim
Nelson Marchezan JuniorRSSim
Nilson LeitãoMTSim
Nilson PintoPASim
Otavio LeiteRJSim
Paulo Abi-AckelMGSim
Pedro Cunha LimaPBNão
Pedro VilelaALSim
Raimundo Gomes de MatosCENão
RochaACNão
Rogério MarinhoRNSim
Samuel MoreiraSPSim
ShéridanRRSim
Silvio TorresSPSim
Vitor LippiSPSim
Total PSDB: 43   
PSDC
Aluisio MendesMASim
Luiz Carlos RamosRJSim
Total PSDC: 2   
PSOL
Cabo DacioloRJNão
Chico AlencarRJNão
Edmilson RodriguesPANão
Ivan ValenteSPNão
Jean WyllysRJNão
Total PSOL: 5   
PT
Adelmo Carneiro LeãoMGNão
Afonso FlorenceBANão
Alessandro MolonRJNão
Ana PeruginiSPNão
Andres SanchezSPNão
AngelimACNão
Arlindo ChinagliaSPNão
Assis CarvalhoPINão
Assis do CoutoPRNão
Benedita da SilvaRJNão
Beto FaroPANão
Bohn GassRSNão
CaetanoBANão
Carlos ZarattiniSPNão
Chico D AngeloRJNão
Décio LimaSCNão
Enio VerriPRNão
Erika KokayDFNão
Fabiano HortaRJNão
Fernando MarroniRSNão
Gabriel GuimarãesMGNão
Givaldo VieiraESNão
Helder SalomãoESNão
João DanielSENão
José Airton CiriloCENão
José GuimarãesCENão
José MentorSPNão
Leo de BritoACNão
Leonardo MonteiroMGNão
Luiz CoutoPBNão
Luiz SérgioRJNão
Luizianne LinsCENão
Marco MaiaRSNão
MarconRSNão
Margarida SalomãoMGNão
Maria do RosárioRSNão
Merlong SolanoPINão
Moema GramachoBANão
Nilto TattoSPNão
PaulãoALNão
Paulo PimentaRSNão
Paulo TeixeiraSPNão
Pedro UczaiSCNão
Professora MarcivaniaAPNão
Reginaldo LopesMGNão
Rubens OtoniGONão
Ságuas MoraesMTNão
Sibá MachadoACNão
Valmir AssunçãoBANão
Valmir PrascidelliSPNão
Vander LoubetMSNão
Vicente CandidoSPNão
VicentinhoSPNão
Waldenor PereiraBANão
Weliton PradoMGNão
Zé CarlosMANão
Zé GeraldoPANão
Zeca do PtMSNão
Total PT: 58   
PTB
Alex CanzianiPRSim
Antonio BritoBASim
Arnaldo Faria de SáSPNão
Arnon BezerraCESim
Cristiane BrasilRJSim
DeleyRJNão
Eros BiondiniMGNão
Jorge Côrte RealPESim
Josué BengtsonPASim
Jovair ArantesGOSim
Jozi RochaAPSim
Luiz Carlos BusatoRSSim
Nelson MarquezelliSPSim
Nilton CapixabaROSim
Pedro FernandesMANão
Ricardo TeobaldoPENão
Ronaldo NogueiraRSNão
Sérgio MoraesRSSim
Walney RochaRJSim
Wilson FilhoPBNão
Zeca CavalcantiPENão
Total PTB: 21   
PTC
BrunnyMGNão
Uldurico JuniorBANão
Total PTC: 2   
PTN
BacelarBANão
Christiane de Souza YaredPRNão
Delegado Edson MoreiraMGSim
Renata AbreuSPSim
Total PTN: 4   
PV
Dr. Sinval MalheirosSPNão
Evair de MeloESSim
Evandro GussiSPSim
Fábio RamalhoMGSim
LeandrePRSim
Sarney FilhoMANão
Victor MendesMASim
William WooSPSim
Total PV: 8   
Solidaried
Arthur Oliveira MaiaBASim
Augusto CarvalhoDFNão
Augusto CoutinhoPESim
Benjamin MaranhãoPBSim
Carlos ManatoESSim
Elizeu DionizioMSSim
Expedito NettoRONão
Genecias NoronhaCESim
JHCALNão
Laercio OliveiraSESim
Lucas VergilioGOSim
Paulo Pereira da SilvaSPSim
Zé SilvaMGSim
Total Solidaried: 13