O disque-denúncia continua registrar o delito que mais importuna as pessoas: a poluição sonora. Não é apenas o barulho de bares e boates. Na região metropolitana desenvolveu-se a cultura do lazer movido a álcool. Não há alternativas para a juventude.
Fogem dessa bitola, os que praticam algum esporte. Na periferia, um futebol em campo improvisado. Mesmo assim, alguns conseguem jogar embriagados.
A poluição sonora anda junto com o consumo imoderado de bebida alcoólica. Bêbado aprecia música alta, como se perdesse parte da capacidade auditiva consumindo cerveja ou cachaça. Sabe-se que estamos dentre as capitais com os maiores índices de consumo de cerveja, reflexo da anticultura reinante.
Foi-se o tempo em que se lia,se apreciava boa música ou se ia ao teatro. A cultura agora é de massa e o lazer também. Tudo massificado e idiotizado. O ideário da massificação é o egoísmo individualista do prazer, contraditoriamente. Não interessa se incomoda o vizinho, o importante é que eu esteja me divertindo.
Além das músicas indiotizadas, reproduzidas insistentemente nos meios de comunicação, surgem agora os novos ambientes para a prática de novas sensações alcoólicas e auditivas. São os próprios veículos, equipados com o som automotivo. Eles agoram vão além das praias, onde incomodam os banhistas incautos, com seus decibéis avassaladores. Estão agora em determinados postos de gasolina da cidade.
Os adeptos dessa prática, por vezes, vendem tudo para equipar o veículo com um som desse tipo. É motivo de orgulho dele. Antes se tinha orgulho de ter uma biblioteca, um curso superior. Hoje, a juventude tem orgulho de ter um carro com som automotivo possante. Eles fazem questão de chamar a atenção, desfilando às vezes nas ruas, com vidros abertos, para serem melhor observados. No interior do Estado também a prática já se disseminou. São os idiotas da novas sensações. Eles querem seu sossego preservado, quando descansam ou repousam, mas não respeitam o mesmo direito em relação aos outros.
O problema é que o ruído (som que incomoda) causa malefícios à saúde humana. Não é apenas a surdez, mas inúmeros outros problemas, como a redução da capacidade de comunicação e de memorização, perda ou diminuição da audição e do sono, envelhecimento prematuro, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos.
Portanto, é um delito que exige pronta reação das autoridades.
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