Ouve-se muito barulho sobre um possível rompimento entre Zé Reinaldo (sem partido) e Flávio Dino (PCdoB). Recebida a notícia com euforia pelos adversários do governo, são muitas as avaliações de cenário contando com esse afastamento de Tavares do grupo que dá sustentação ao governo.
Como seria de esperar, a causa do conflito reside na composição da chapa majoritária. Reinaldo quer uma das vagas para o Senado. Flávio Dino está as voltas para contemporizar com outros pretendentes, cada um com sua estratégia de pressão.
Reinaldo vive sobre um mito que foi construído ao redor de sim: o de infalível estrategista de campanhas. Flávio Dino tenta atravessar a conjuntura com um olho no Maranhão e outro no cenário nacional. O governador não abre de um perfil ideológico de esquerda, alinhado com o petismo.
Já se tem como favas contadas a escolha de Verweerton Rocha (PDT) para a primeira vaga do Senado, resultado de uma aproximação cuidadosa, que respeitou as afinidades de um campo político traçado nacionalmente, embora o perfil ruralista afugente a base progressista.
Reinaldo foi inconsequente. Viu de perto Flávio Dino assumir posturas arriscadas em defesa de Dilma Roussef, criticando o impeachment, a nível nacional. Viu Waldir Maranhão ser praticamente fritado em nome da fidelidade ao campo político. Em vez disso, assumiu de cabeça o apoio ao governo Temer, votando alinhado com ele em todas as votações onde o PCdoB era crítico.
E mesmo assim, invocando a gratidão política por ter eleito Flávio Dino deputado federal, em 2006, Reinaldo acreditou que, mesmo fazendo o que desse na telha, seria o preferido. Será que Zé Reinaldo entende tanto assim de política?
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018
quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018
Presídios e facções novamente
O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, com cerca de 726.712 detentos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Nos últimos dez anos, este número mais do que dobrou.
O problema é que o encarceramento fortaleceu a estruturação das facções criminosas no Brasil. O aumento vertiginoso do número de presos no país, no período de 1990 até os dias atuais, não diminuiu a violência e não trouxe mais segurança para as pessoas.
Nos últimos 15 anos o problema migrou do Estados do Rio de Janeiro e São Paulo para todo o território nacional.
O Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho - as duas maiores facções brasileiras - estão presentes em quase todos os Estados. Ao lados delas, pululam facções regionais, arregimentando sobretudo a juventude pobre da periferia.
O número de presos provisórios apenas mostra a ponta do iceberg, denunciando a grande desarticulação do sistema de justiça com a gestão dos presídios.
As chacinas cada vez mais frequentes apenas mobilizam ações pontuais no bojo de um pacto federativo sobre segurança pública cada vez mais ineficiente e preocupado em dar respostas superficiais e eminentemente políticas. A bola da vez agora é o Estado do Ceará.
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