quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Detentos fazem greve de fome no Presídio São Luís

www.jornalpequeno.com.br/2011/2/2/detentos-fazem-greve-de-fome-no-presidio-sao-luis-145025.htm


POR WELLINGTON RABELLO
Detentos de quatro pavilhões do Presídio São Luís, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, terminaram ontem uma greve de fome que durou dois dias. O protesto teve como motivação a má qualidade da alimentação, falta de atendimento jurídico e médico, e só chegou ao fim graças à intervenção de uma comissão formada por juízes, advogados, promotores e defensores públicos.
De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (OAB-MA), Luís Antônio Pedrosa, a greve teria sido iniciada ainda na manhã de segunda-feira, 31, em quatro pavilhões do Presídio São Luís, mobilizando um total aproximado de 350 presidiários. A administração da unidade prisional conseguiu dar fim ao movimento em três pavilhões, mas em um os detentos estavam irredutíveis o que fez necessária a intervenção da comissão, formada especialmente para a negociação. “A nossa ida, acompanhados ainda do juiz Douglas Martins, foi na intenção de evitar uma possível rebelião ou atos de violência no interior da unidade”, reforçou.
Antônio Pedrosa contou que, desde segunda-feira, os detentos se recusaram a receber as “quentinhas” oferecidas como a refeição para eles. A recusa teria como motivo a repetição no cardápio, formado sempre por coxa de frango, arroz e feijão, além da má qualidade da comida, que em alguns dias teria ido estragada e fermentada. Segundo Pedrosa, os presos também reivindicavam atendimento médico e jurídico.
O pavilhão que ainda matinha a greve de fome era o B. A comissão conseguiu negociar e encerrou o protesto no final da tarde de ontem.


Antônio Pedrosa informou que ficou acordada a realização de um mutirão de atendimento jurídico, na próxima segunda-feira, 7, com defensores públicos e advogados contratados pela Secretaria de Administração Penitenciária. Quanto ao atendimento médico foi acertado que será organizado um mutirão para esse fim, ficando acertada uma reunião da comissão com a Secretaria Estadual de Saúde para a definição da data.
Alimentação – Em relação à qualidade da alimentação, Pedrosa afirmou que a direção do Presídio reclamou da qualidade para a empresa responsável pelo fornecimento da comida e, ainda na tarde de ontem, o cardápio foi trocado. “A comissão orientou a administração da unidade prisional que acompanhe a qualidade das “quentinhas”. E que, caso a empresa não cumpra o acordo, o contrato seja rescindido”, frisou.
Antônio Pedrosa disse ainda que, a qualquer momento, a comissão poderá voltar ao Presídio para uma nova inspeção na comida fornecida aos detentos.

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