segunda-feira, 12 de março de 2018

ELEIÇÕES 2018: CENÁRIOS AINDA CONFUSOS

As eleições de 2018 serão confusas.

A princípio o cenário indicava facilidades para o Governador Flávio Dino (PCdoB). Nas eleições de 2014, Dino contou com o apoio de de nove partidos (PP; SD; PROS; PSDB; PCdoB; PSB; PDT; PTC; PPS). 

A perspectiva hoje é alcançar mais partidos: DEM; PTB; PEN; PRB, PR e PT.

Nas eleições de 2016, o PCdoB alcançou 46 prefeituras. Setenta por cento dos municípios, incluindo a capital são comandados por aliados de Dino.

Em mesa de diálogos recente, estiveram presentes representantes do PP, PSB, PPS, PTB, SD, PROS, PR, PT, PDT, PTC, DEM, sendo que o PEN e o PRB justificaram as ausências.

O grupo tinha quatro pré-candidatos ao Senado: os deputados federais Weverton Rocha (PDT), Eliziane Gama (PPS), José Reinaldo Tavares (Sem partido) e Waldir Maranhão (Avante). 


Destes, apenas Weverton Rocha conseguiu se viabilizar. Eliziane Gama está próxima de ser a segunda escolha, visto que Reinaldo e Maranhão foram descartados.

Até agora estão confirmadas as candidaturas de Flávio Dino  (PCdoB), Roseana Sarney (MDB), Roberto Rocha (PSDB), Ricardo Murad (PRP), Maura Jorge (Podemos) e Odívio Neto (PSOL), sabendo-se que é certa uma candidatura do PSTU.

Roseana resolveu sair da inércia e já visitou alguns municípios. Como segunda colocada nas pesquisas, já sai tarde, mas ainda tem muita força eleitoral.

A terceira via ainda está em gestação, mas já mobiliza um punhado de prefeitos municipais. Braide parece interessado na candidatura a governador, mas tudo indica que espera algumas garantias porque trocaria um mandato certo na Assembleia por uma aventura arriscada. Rocha tem mais quatro anos de mandato de Senador, mas não tem o mesmo carisma de Braide.


O QUE MUDOU

O Senador Roberto Rocha saiu do PSB mas ficou com o controle do PSDB. Zé Reinaldo (sem partido) rompeu também com Dino e agora espera uma definição nacional para ir para o DEM.

Reinaldo,considerado grande estrategista de campanhas, tenta articular uma terceira candidatura, aproximando-se de Eduardo Braide (PMN) e de Roberto Rocha.

O governo manobra para tomar o DEM de assalto, incentivando novas filiações de peso, contando já com o apoio do presidente da legenda, Juscelino Filho. O esforço é para inviabilizar a candidatura de Reinaldo ao Senado.

Filiaram-se recentemente no DEM, seguindo a tática Dinista: O prefeito de Ribamar, Luís Fernando Silva; o secretário de Desenvolvimento Social, Neto Evangelista; o Secretário de Educação do Estado do Maranhão, Felipe Camarão; o líder do governo na Assembleia, deputado Rogério Cafeteira; o prefeito de Barão de Grajaú, Gleydson Rezende;  prefeito de Loreto, Marfran Bringel; a prefeita de Santa Inês, Vianey Bringel; o ex-prefeito de Santa Inês, Robert Bringel.

Ocorre que o DEM acaba de lançar Rodrigo Maia candidato a presidência da República. A candidatura do DEM está mais próxima de Temer e é adversária do PT de Lula, assim como de toda a esquerda.

PPS e PTB também ainda podem ser problemas para o Governador. Os dois partidos estão intimamente ligados ao PSDB em nível nacional. O presidente nacional do PPS, Roberto Jefferson, é anticomunista declarado e simpatizante de uma candidatura do PSDB.

Se confirmada uma aliança nacional do PSDB com o PPS e o PTB é possível que sejam obrigados a apoiar o palaque de Roberto Rocha. 

A situação do PSB, no entanto ainda não se definiu, porque a legenda marcou seu encontro nacional para este mês de março, onde o grupo comandando pelo vice-governador paulista, Márcio França, disputará com o pernambucano Carlos Siqueira. França é aliado de Alckmin (PSDB) e Siqueira aliado de Lula. 

Acaso França vença a disputa interna e mantenha sob controle o Diretório Nacional, é possível o alinhamento do PSB com o PSDB, a nível nacional, impedindo a aproximação da legenda com a candidatura Dinista.

O PT terá Lula como candidato, mas não será o único do campo da esquerda. PCdoB, PDT e PSOL lançarão candidatos. O advento do impeachment forçará o PT a fazer alianças mais restritas, dificultando o alinhamento nos Estados com os chamados partidos golpistas.
Por outro lado, a aliança de Flávio Dino será agora até mais ampla, incluindo vários partidos que apoiaram o impeachment, que são base de sustentação do governo Michel Temer.
Uma ala expressiva do PT (exatamente a tendência de Lula) prega hoje no Estado candidatura própria. 
Márcio Jerry, braço direito do governador no Estado, já afirmou que o PCdoB não vai enquadrar os jogos políticos estaduais na dinâmica nacional.
É, pode até ser, mas não vai ser fácil conciliar os palaques nacionais com tantos interesses locais em jogo. Cada um dos candidatos a presidente exigirá seu palanque e uma candidatura que o impulsione.
A dinâmica nacional muitas vezes não deixa escolha: simplesmente submete a realidade local. E a estratégia do Governador deve seguir exatamente o movimento contrário do grupo Sarney (ainda seu principal adversário), não deixar pulverizar a disputa com várias candidaturas.
O grupo Sarney sabe que quanto mais candidatos, mais provável será um segundo turno. Roseana não seguirá sozinha dentro de um mesmo campo de interesses, mas terá que carregar um peso morto (Michel Temer) num Estado Lulista por essência.

Na eleição passada, Flávio Dino conseguiu a proeza de juntar no seu palanque Marina (REDE), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). No segundo turno, pulou para o palanque de Dilma. Agora esse mesmo malabarismo parece improvável.

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