quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Presídios e facções novamente




O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, com cerca de 726.712 detentos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. Nos últimos dez anos, este número mais do que dobrou.

O problema é que o encarceramento fortaleceu a estruturação das facções criminosas no Brasil. O aumento vertiginoso do número de presos no país, no período de 1990 até os dias atuais, não diminuiu a violência e não trouxe mais segurança para as pessoas.

Nos últimos 15 anos o problema migrou do Estados do Rio de Janeiro e São Paulo para todo o território nacional.

O Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho - as duas maiores facções brasileiras - estão presentes em quase todos os Estados. Ao lados delas, pululam facções regionais, arregimentando sobretudo a juventude pobre da periferia.

O número de presos provisórios apenas mostra a ponta do iceberg, denunciando a grande desarticulação do sistema de justiça com a gestão dos presídios. 


As chacinas cada vez mais frequentes apenas mobilizam ações pontuais no bojo de um pacto federativo sobre segurança pública cada vez mais ineficiente e preocupado em dar respostas superficiais e eminentemente políticas. A bola da vez agora é o Estado do Ceará.

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