quarta-feira, 1 de novembro de 2017

SOBRE O ANUÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2017, o Estado do Maranhão continua no subgrupo de Estados de "qualidade intermediária de informações".

Apesar de parciais - concentrados especialmente na região metropolitana - os dados confirmam o aumento de vários tipos penais, tais como:

a) homicídios dolosos;

b) mortes decorrentes de intervenção policial;

c) roubos e furtos de veículos;

d) roubo de carga;

e) roubo;

f) posse e uso de entorpecentes;

g) porte ilegal de arma de fogo;


Em São Luís houve diminuição dos homicídios dolosos na ordem de -15,4%. Também houve diminuição das lesões corporais seguidas de morte, na casa de -63,9%, e crime de latrocínio (-52,5%). Tais índices repercutiram na taxa de CVLI, que caiu para -20,5%.

Outras capitais também conseguiram reduzir taxas de CVLI, como:

1ºªFortaleza (-39,4%)
2ª Vitória (-30,6%)
3ª João Pessoa (-26,5%)
4º São Luís (-20,5%)
5ª Goiânia (-19,6%)
6ªManaus (-16,6%)
7ª São Paulo (-15,6%)
8ª Cuiabá (-14,9%)
9ªMaceió (-10,8%)
10ª Palmas (-9,4%)
11ª Belo Horizonte (-7,8%)
12ª Brasília (-6,7%)
13ª Salvador (3,6%)


A redução das taxas de CLVI em São Luís deve ser interpretada à luz da consolidação dos tribunais do crime nas periferias da capital. Ao mesmo tempo, de um forte deslocamento da dinâmica dos crimes para outros municípios da região metropolitana, para além do cerco territorial das facções.

Ao contrário de outras capitais que conseguiram reduzir seus índices de CVLI, não se observa uma programa de segurança pública consistente no Maranhão, diferente do histórico policiamento de confrontos. Sabe-se que esse modelo é incapaz de reduzir a  violência, por si só.

Curiosamente em São Luís houve aumento dos estupros, numa variação de 8,4% e roubo e furto de veículo (3,7%).

Também cresceram os índices de tráfico de entorpecentes e de posse e uso de entorpecentes, dentro da lógica do narcotráfico implementado pelas facções, exatamente numa conjuntura em que a maioria das capitais conseguem reduzir seus índices.

Os dados do anuário não demonstram municípios, concentrando a amostragem apenas das capitais, de modo que não é possível uma avaliação da conjuntura da interiorização da violência, a não ser pelo cruzamento de outras fontes.

O site da SSP do Maranhão ainda não reflete as estatísticas do interior do Estado, como pode se constatar abaixo:

https://www.ssp.ma.gov.br/estatisticas/interior-em-manutencao/


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