quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Bancada conservadora, entre elas a ruralista, ganha mais força na Câmara dos Deputados


Psol

Desafios dos cinco deputados do PSOL serão ainda maior, na defesa de mais direitos



Foto: José Cruz/ABr


Dados da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apontam que os representantes do agronegócio e da pecuária estarão em maioria na Câmara dos Deputados a partir de fevereiro de 2015, quando os parlamentares eleitos no último dia 5 de outubro tomarão posse na Casa. Segundo a Frente, os ruralistas aumentarão em 33% na próxima legislatura.Atualmente são 205 deputados e senadores e a partir do ano que vem esse número deverá chegar a 273. Entre as prioridades do setor é aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215/2000, que transfere para o Legislativo a decisão sobre a demarcação de terras indígenas.

Somente na Câmara dos Deputados a FPA conta com o apoio de 191 parlamentares e, na próxima legislatura, passará a contar com 257 representantes, contra 256 deputados não ruralistas. No Senado Federal, o percentual é menor, mas o grupo aumentará de 14 senadores para 16.

De acordo com matéria publicada no jornal Valor Econômico, obalanço foi feito pela FPA com base no número de parlamentares reeleitos e nos de primeiro mandato que têm perfil ligado ao setor e já declararam presença na bancada. Segundo o presidente da frente, deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS), 139 ruralistas foram reeleitos e 118 novatos já assinaram adesão ao grupo.

"Não estamos preocupados com quantidade. Se tivermos 50 atuantes é o que vale", afirma Heinze. O deputado diz que a bancada pautará debates sobre a redução da carga tributária sobre alimentos que não só os da cesta básica, ampliação de energia elétrica no meio rural e desburocratização do sistema de irrigação.

A PEC 215 é outra prioridade, mas o número de ruralistas não é suficiente para aprovar a proposta sem apoio de outros grupos - é necessário o voto favorável de 308 deputados. "A bancada está fortalecida e a principal bandeira é resolver a questão fundiária", diz Valdir Colatto (PMDB-SC).

Outra bancada com força é a evangélica, que contará com pelo menos 53 deputados a partir de 2015, de acordo com levantamento parcial do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Por enquanto, é menos do que os 70 eleitos em 2010, mas Antônio Augusto Queiroz, diretor do Diap, diz que a estimava é que o grupo seja maior.

Os dados do Diap mostram que a bancada está distribuída por 17 partidos. A legenda com mais integrantes é o PSC,partido do Pastor Marco Feliciano, com sete (equivalente a 58% dos deputados da sigla). PR e PRB têm seis deputados cada.

O número de parlamentares com origem no movimento sindical caiu de 83 deputados para 46. Ainda segundo matéria do Valor, cinco deputados federais eleitos receberam recursos da indústria armamentista nesta eleição, conforme apontoulevantamento do Instituto Sou da Paz nas prestações de contas parciais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As doações feitas no último mês de campanha, porém, só serão conhecidas em 30 de outubro. Outros 13 deputados que registraram contribuições do setor em 2010 foram reeleitos agora.

Os dados levantados apontam que os desafios dos cinco deputados do PSOL eleitos no último domingo (05) serão ainda maiores a partir do ano que vem. Ivan Valente (SP), Chico Alencar (RJ), Jean Wyllys (RJ), Edmilson Rodrigues (PA) e Cabo Daciolo (RJ) defenderão, com firmeza, as bandeiras históricas do PSOL por mais direitos e enfrentarão os representantes dos setores ligados ao atraso, incluindo as bancadas ruralista, da bala, evangélica, empresarial, da bola e dos donos dos meios de comunicação, para que não haja retrocessos contra os interesses da população oprimida.


Fonte: Do PSOL Nacional, com informações do Valor Econômico

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