Depois da rebelião de Pinheiro, veio à tona um personagem que sobrevivia às ocultas no mundo do cárcere. Cumpria pena na Cadet de Pedrinhas, controlando vários pavilhões, incluindo o chamado "Fundão". De 2006 para cá, construiu seu reinado, nas barbas das autoridades penitenciárias.
Um depoimento de um preso, presente na rebelião de Pinheiro, revelou que Sadam manteve contatos com os líderes daquele quebra-quebra, que resultou em sete mortos, dos quais quatro decapitados. Era o mesmo preso que já articulava outra rebelião na Cadet, no período Carnavalesco.
De repente, o histórico de Sadam é levantado, como se fosse uma novidade para o sistema. É um dos líderes de uma organização criminosa, chamada PCM - Primeiro Comando do Maranhão. Seus estatutos, manuscritos à lápis, já corriam de cela em cela, de pavilhão em pavilhão, arregimentando seguidores. Louro e Ramiro também integram esse mesmo grupo, que mantém contatos com o PCC.
Sadam e seu grupo mativeram-se silenciosos e discretos no cárcere, fazendo acordos com as autoridades dos presídios. Matinham a ordem nos pavilhões, impedindo matanças e furtos, desque que não fossem incomodados em seus negócios, o que incluía a movimentação de cerca de quarenta traficantes dentro das unidades prisionais.
Na quinta-feira, quando Sadam foi transferido para a carceragem do Comando da PM, duas coisas chamaram a atenção: uma - mal chegara, fora ameaçada de morte por presos que na PM já estavam; duas - anunciou que mandaria matar mais um preso na Cadet, o que de fato aconteceu no dia seguinte.
Ninguém em sã consciência acreditará que essa rede tenha se estruturado, por tanto tempo, sem colaboração de agentes públicos. Assim como no Rio de Janeiro, no início de um processo que somente agora encontra seu ápice, aqui também se pretendeu controlar motins, rebeliões e extermínios fazendo acordo escusos com líderes de prisões. Os negócios que controlam evoluíram de tal forma que a rede avançõu para atividades criminosas dentro e fora dos presídios.
A facção que Sadam integra congrega presos do interior. Esse grupo se digladia internamente aos presídios com o detentos da Capital. Reza a lenda que a disputa teve início com o assassinato de dois presos da liberdade, crimes praticados por Sadam. Daí em diante, a guerra foi declarada, com baixas persistentes de um lado e outro.
Um comentário:
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