Sobre o caso da atriz Carolina Dieckmann, não postei nada. A princípio, achei o assunto impróprio, com cheiro forte de imprensa invasiva. De fato, o conteúdo é insignificante, considerando-se o dever de cuidado que toda pessoa deve ter, com informações que circulam na internet. Depois, acho desprezível esse narcisismo do culto ao corpo, que explora o tabu sexual, como fenômeno digno de curiosidades superficiais.
No entanto, o que mais me chamou a atenção, novamente, foi a postura de uma parte da mídia. Mesmo sabendo que a atriz teria sido vítima de uma tentativa de extorsão, jornais, sites e blogs divulgaram amplamente as referidas fotos, a dita materialidade do crime.
Ou seja, o jornalismo se transforma em cúmplice de um crime, praticando outro, violando a intimidade da vítima de extorsão. E isso foi feito em escala mundial, sem qualquer questionamento.
Ou seja, existe algo de podre na circulação de algumas informações, que coloca o interesse comercial da audiência acima dos direitos fundamentais das pessoas. O importante agora é ter acessos, não importa como e a preço de quê.
Nas democracias modernas é a opinião pública bem informada que torna a sociedade a fonte principal da produção do poder. Gostaria de saber para onde vamos com esse tipo de mídia.
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