Tem coisa que não serve para nada. Tem gente também que não serve para nada. Nasce covarde, por isso depende do favor dos outros para viver bem. Tem medo de não ter conforto e sempre luta por mais conforto do que merece.
Passa a vida escondendo os pensamentos, por fraqueza. Quando vai emitir uma opinião, sempre consulta os mais chegados. Sabe calar diante das indignidades da vida. Nunca luta por nada que não lhe diga respeito diretamente.
Esse tipo de covarde sempre é egoísta. Desenvolveu o hábito de não arriscar passos em falsos. Não quer perder amigos e sempre confunde amizade com pulsilanimidade. Vive rodeado de puxa-sacos, iguais a ele.
Para poder manter essa redoma hipócrita, seu convívio social é intenso, mas sempre superficial. No dia em que perde o status que detém, ninguém se lembrará mais dele. Ele sabe disso, por isso se agarra aos protocolos sociais como um filhote de gambá nas costas da mãe. Acha que o pensamento dos outros a seu respeito é crucial.
Como gnu arrebanhado, está sempre de orelha em pé, desconfiado. Teme um ataque repentino. Qualquer movimento brusco e pronto: lá vai em disparada, uniformemente, correndo de rabo em pé, por mero instinto de sobrevivência. Sua posição frágil na cadeia alimentar da sociedade o faz reagir como presa.
Eles estão espalhados em todas as profissões.
São os guardiões do espírito de corpo.
2 comentários:
Não ficaria melhor "espírito de porco" nos corpos das mais diversas classes sociais no Brasil?
muito bom o post!!!
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