A situação em Barra do Corda é delicada. Continua o bloqueio da BR e os índios ainda hoje aguardam o Secretário de Educação, para negociar o repasse das verbas do transporte escolar. Nenhum autoridade de nenhum governo pisou no local do conflito, para dialogar com os índios.
As crianças indígenas estão sem aula desde o mês de julho. O repasse da verba do transporte escolar foi interrompido desde o mês de março deste ano. Inúmeras comissões indígenas já se deslocaram desde então, para dialogar com o atual Secretário de Educação, inutilmente.
O bloqueio da BR é um forma de radicalização dos protestos. Quando ele ocorre, todas as tentativas de negociação já foram frustradas com autoridades. O povo Guajajara, depois do episódio envolvendo o delegado de polícia, está sendo criminalizado pelas autoridades do sistema de segurança, pela população local e principalmente pela mídia.
As cidades do entorno de territórios indígenas manifestam ódio e preconceito contra os índios. Elas invadiram as terras anscestrais e agoram seus moradores se dizem prejudicados pels índios. As crianças indígenas que vão estudar nessas cidades são tratadas com preconceito e hostilidade. O etnocentrismo contamina todos os ambientes onde percorrem, em busca de seus direitos mais elementares.
Os índios do Maranhão resistem contra tudo e contra todos. Hoje me reuni com lideranças indígenas, que me contaram uma versão do episódio envolvendo o delegado de polícia. Essa versão se contrapõe a tudo o que foi noticiado pela mídia, que destila ódio racista por todos os poros. Gravei em vídeo e levo para São Luís, inclusive os apelos de caciques aos Governos Lula e Roseana, na língua-mãe do povo Guajajara.
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