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O Maranhão e o Brasil viram nos últimos dias a maior e mais sangrenta rebelião já ocorrida nos presídios São Luís e Pedrinhas. O motim, que começou na terça-feira, durou cerca de 30h e terminou com um saldo aterrador de 18 presos mortos.
Além dos líderes da rebelião, entre os personagens pró-pacificação, um se destacou entre todos: o pastor Marcos Pereira da Silva, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, do Rio de Janeiro.
Conhecido no Brasil por intermediar conflitos em penitenciárias, o pastor Marcos foi requisitado, pelos próprios presos, para resolver o impasse no Maranhão.
Coincidentemente o fim da rebelião ocorreu depois da chegada do polêmico líder evangélico. Para uns, especialmente para sua assessoria de imprensa, foi o principal nome da resolução do impasse. Para outros, nem tanto.
Marcos Pereira começou 1994 a militância de pregação para detentos do extinto presídio de segurança máxima de Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Em maio de 2004, Garotinho chamou o pastor para participar da mediação de uma rebelião na Casa de Custódia, centro de detenção na cidade do Rio de Janeiro, onde Pereira teve participação importante na solução do conflito que se arrastava há dias.
Apesar da sua presença marcante em eventos que tiveram resultado positivo, o pastor tem sua função contestada entre os cristãos. Membros de outras denominações criticam a carreira meteórica do pastor, que se converteu ao cristianismo em 1889, de acordo com o seu site oficial (http://www.adud.com.br), e, já em 1990, exercia o pastorado na Assembléia de Deus dos Últimos Dias.
De acordo com informações de sites como o Genizah Virtual (http://www.genizahvirtual.com) tudo o que é pregado pelo pastor é um farsa e faz parte do espetáculo para atrair novos fieis para a seita.
Além disso, o site indica que a igreja chefiada pelo pastor é uma seita que não permite a seus membros terem contato com meios de comunicação como TV e internet, apesar de utilizar esses mesmos meios para propagar seus “feitos”.
Advogado diz que presença do pastor no Maranhão foi um erro
O advogado Luís Antonio Pedrosa, que acompanhou toda a rebelião representando a Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, criticou a presença do pastor, como intermediário nas negociações.
“Presídio não é lugar para proselitismo religioso. Até porque se sabe que as conversões não ocorrem ao lado de cadáveres. Com cabeças rolando na grama, negocia-se com homens capazes de fazer qualquer coisa” escreveu o advogado em um texto no seu blog.
Em outro trecho o advogado cita que quem deveria assumir a responsabilidade eram as autoridades.
“Quem deve assumir a pauta é a autoridade pública.” declarou Luis Pedroso em seu blog.
Confira a lista dos mortos na rebelião
PRESÍDIO SÃO LUIS
Eromar de Sousa Ferreira, Furto, São Luis, 28 anos;
José Ricardo Vieira Pereira, Homicídio Simples, São Luis, 20 anos;
Cleiton Costa Soares, o “Quequé”, Homicídio Simples, São Luis;
José Ribamar dos Anjos Filho, o “Dragão”, Furto, São José de Ribamar, 35 anos;
Milson Silva Carvalho, o “Spike”, Roubo, São Luis;
José Antônio Ribeiro, o “Bigode”, Furto, Penalva, 46 anos;
Reris Ângelo Santos Silva, o “Panzo”, Porte Ilegal de Arma, São Luis;
José Francisco de Sousa, o “Chiquinho", Roubo, São Luis, 28 anos;
Izaquiel Barbosa de Miranda, Latrocínio, Balsas;
José de Ribamar Nascimento Sousa, o “Coração de Leão”, Roubo, Grajaú, 27 anos;
Getúlio Vieira da Conceição Filho, o “Pará”, Roubo, Santa Inês, 23 anos;
Raimundo Nonato Sousa Lima, o “Guri”, Homicídio, Barra do Corda, 24 anos;
Joabson Soares França, Frustração de direito pela CLT, Governador Nunes Freire, 27 anos;
Marco Antonio Nascimento de Jesus, Furto, Santa Inês, 25 anos;
Ramon dos Santos Cruz, Homicídio, Imperatriz, 34 anos;
PRESÍDIO DE PEDRINHAS
Eriedeson de Jesus Santos, o “Gaguinho”, Furto, Codó;
Romuel Antônio Sousa Santos, o “Bruce Lee”; Furto, São Luis, 36 anos;
Francisco Welington Pinto da Silva, o “Cagão”, Roubo, São Luis, 21 anos.
PS: Segundo o blog do Marco Deça, O Pastor foi trazido pela empresa que presta serviços terceirizados em Pedrinhas (http://marcoaureliodeca.com/).
GAZETA DA ILHA
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