Marina foi para o PSB, de Eduardo Campos. A pergunta que fica no ar é quem será o presidente da República entre os dois? Marina está em segundo lugar nas pesquisas, Campos está em quarto.
O PSB não filiou uma militante qualquer. Marina e seu grupo vão para o PSB, com a força de uma ventania programática. O PSB não será mais o mesmo.
Nem Marina. Filiando-se ao PSB, ela deixou cair a pele do cordeiro. Agora é lobo também.
O que muda no cenário nacional? A terceira via se fortaleceu enormemente. Os tucanos, mergulhados no discurso da polarização (PT-PSDB), cairão na vala comum dos perdedores. Aécio já deve preparar seu plano B, para escapar da armadilha.
A terceira via - que já esboçava um discurso de Rede, ao se recusar a atacar o petismo - agora ganhou sentido, enquanto retórica da nova política. Um partido que foge da polarização esquerda-direita, embora um partido de políticos profissionais (os lobos).
Marina deu mais um passo à direita, muita embora lá já estivesse. Antes, o marketing da nova política impunha o discurso da neutralidade. Mas esse mais um passo passo à direita que ela deu configura uma verdadeira perpendicular: não está parelalamente ao PSDB.
A perpendicular que Marina traçou se desloca à direita de um campo político que ainda não está em campanha. É a frente de esquerda - se capaz de encarnar os protestos de ruas, que tiveram início em junho, mas podem voltar.
A perpendicular de esquerda representa o espaço vazio que Marina tentou ocupar, mas não conseguiu. Ele exige mais criatividade dos novos líderes, para forçar uma nova onda de protestos capaz de transformar esse modo imperante de fazer política.
Dentro dessa lógica, para ser líder desse espaço, é preciso encarnar a figura de um não-líder. "Horizontalizar" é a nova palavra, se quisermos trazer novos atores para a política no Brasil. Uma linguagem que os lobos não entendem.
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