10/06/2013 - 10:43
DA REDAÇÃO DO PORTAL AI5 DE BRASÍLIA
Sem nenhuma explicação, até o momento (10h25 – hora de Brasília), o diretor executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, foi demitido do cargo. Ele não estava ‘bem na fita’ desde que prendeu figurões no escândalo do Ministério dos Transportes. Na época, o delegado foi criticado pela presidente Dilma por ter usado algemas nos presos do Dnit, acusados de desvio de dinheiro.
A exoneração do delegado foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10/06/2013). Paulo de Tarso havia sido nomeado para a diretoria executiva da PF em abril de 2011.
A Polícia Federal informa que não sabe o motivo da exoneração, mas um policial disse ao jornalista do Portal AI5 que desde as operações do ‘Mensalão’ e da ‘Satiagraha’, o Departamento de Polícia Federal nunca mais foi o mesmo. Estaria sofrendo represálias do Governo Federal, que reduz a PF às cinzas. Estão há 9 anos sem aumento salarial e o contingente reduzindo a cada dia.
A OPERAÇÃO ENVOLVENDO FIGURÕES
O delegado Paulo de Tarso Teixeira foi quem coordenou, em agosto do ano de 2011, a Operação Voucher, que prendeu 33 pessoas – entre elas o número 2 do Ministério do Turismo, Frederico Costa– suspeitas de desviar dinheiro público .
Um tipo magro, de voz baixa, aparentemente tímido, sereno, que sorrir com facilidade, Paulo de Tarso tem perfil de padre, mas em sua missão policial não perdoa quem anda fora da lei.
Certa vez, quando ainda fazia trabalhos de campo casca grossa em Mato Grosso, Paulo de Tarso descobriu o esconderijo de uma quadrilha de criminosos perigosos, traficantes de droga. Como estava sozinho, o delegado pediu reforços e ficou a espera de seus colegas para juntos poderem estourar o covil. O medo deveria ser o sentimento maior de Paulo de Tarso naquele momento, mas não era. Era a angústia. E se os bandidos percebessem que se encontravam num alçapão e fugissem antes da chegada do reforço policial? Talvez não fossem agarrados tão cedo. Talvez na fuga ferissem ou matassem alguém.
O apoio pedido pelo delegado não demorou a chegar. A cena, contudo, era outra. Dominados e rendidos por Paulo de Tarso, os bandidos já aguardavam as algemas. Junto deles, 200 quilos de cocaína. Paulo de Tarso calculara que conseguiria prender a quadrilha sozinho, e assim o fez.
Não se engane com Paulo de Tarso. Ele é o mineiro com cara de sonso mais esperto que apareceu até hoje na Polícia Federal.
ELE DEU OXIGÊNIO A PF
A PF andava meio apagada na gestão de Dilma Rousseff. Motivo: um profundo corte no orçamento que tirou parte do oxigênio dos federais (verbas para passagens aéreas, estadia em hotel, diárias e, em alguns Estados, até gasolina para os carros).
A penúria continua, mas o astral começou a mudar com a operação que desmantelou a quadrilha do Dnit.. A Operação Voucher teve início em abril e em apenas quatro meses apurou o suposto desvio de R$ 3 milhões por suspeitos ligados ao PMDB e ao PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário