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Luana Lourenço e Renata Giraldi
Da Agência Brasil, em Brasília
Da Agência Brasil, em Brasília
07/06/201300h01
Anderson Barbosa/Fotoarena/Agência O Globo
Anderson Barbosa/Fotoarena/Agência O Globo
O ex-ministro Paulo de Tarso Vannuchi
O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) Paulo Vannuchi foi eleito nesta quinta-feira (6) para compor a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA). Também foram eleitos os candidatos dos Estados Unidos, James Cavallaro, e o do México, José de Jesús Orozco Henríquez.A Comissão Interamericana de Direitos Humanos é formada por sete membros e é uma das entidades do Sistema Interamericano de Proteção e Promoção dos Direitos Humanos nas Américas.
Três vagas foram renovadas no processo eleitoral, que começou há três dias. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a eleição de Vannuchi à CIDH fortalece o compromisso do Brasil com o Sistema Interamericano de Direitos Humanos.
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O ex-ministro foi o principal responsável pelo Programa Nacional de Direitos Humanos. Em 2010, Vannuchi defendeu que Lei de Anistia não se aplica aos torturadores. Atualmente é diretor do Instituto Lula e responsável pelo projeto do Memorial da Democracia. É também analista político da TVT e da Rádio Brasil Atual. Vannuchi participou da elaboração do livro Brasil Nunca Mais, coordenado por dom Paulo Evaristo Arns.
Em 1975, foi um dos responsáveis pelo dossiê entregue à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a tortura praticada pela ditadura militar e os assassinatos cometidos, mencionando 233 nomes de torturadores e detalhando os métodos usados, inclusive citando unidades onde as torturas ocorriam. O documento é considerado um dos mais completos desde 1964.
De 1977 a 1985, Vannuchi trabalhou com a Comissão Pastoral da Terra, a Pastoral Operária e as Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, promovendo cursos de formação e assessoria política para lideranças, religiosos e bispos.
Vannuchi foi deputado federal na Assembleia Nacional Constituinte, em 1986, e secretário executivo da Coordenação Nacional da campanha de Lula, em 1994.
A publicação "Dez Faces da Luta pelos Direitos Humanos", lançada no final de 2012 pelas Nações Unidas no Brasil, traz histórias de dez defensores dos direitos humanos de diversas áreas, incluídos em programas de proteção do governo. Em uma das entrevistas, o guarani-kaiowá Eliseu Lopes, coordenador de mobilização da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, conta como se engajou na luta pela recuperação da terra que historicamente pertencia a seus antepassados. "Eu estava vendo muita liderança ser morta, meus parentes e minha família de sangue sofrendo, acampados à beira de uma rodovia federal esperando uma demarcação de terras que nunca acontece. Nós não usamos violência, mas continuamos sofrendo violência, atentados, assassinatos." Divulgação/UNIC Brasil
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