Tendo às mãos a versão 4, do jornal Socialismo e Liberdade, desfruto de uma leitura esclarecedora dos personagens de um filme que marcou história no país. Não em termos de impacto na opinião pública, mas de aprofundamento de temática.
Acredito até que o Tropa I tenha influenciado mais o imaginário social. Lembro de que no período, os defensores da tortura e do extermínio saíam das salas de cinemas como que revigorados no seu discurso de "direitos humanos para humanos direitos".
O problema é que o Zé Padilha resolveu aprofundar o tema, estabelecendo a ponte entre o Tropa I e a segunda versão do filme, no lapso imaginário de 15 anos de diferença de um para outro. Os personagems da última versão são mais densos e complexos.
O Tropa II encarna o discurso da militância em direitos humanos, por isso acredito que seja mais difícil de entender (ou de engolir?) Ouvi opiniões de gente que assistiu o filme mas a ficha não caiu. Não houve a catarse, do populacho que torcia e berrava, diante das cenas de violência do primeiro filme.
O Tropa II é um filme para educar mentes, muito embora assuma o compromisso de arte (cujo maior compromisso é divertir). Foi muito melhor trabalhado, em todos os aspectos, mas não fez a cabeça do senso comum amante da violência.
Acredito até que tenha frustrado um segmento do público cativado na primeira versão, ainda na expectativa de rever um Capitão Nascimento ainda mais torturador e violento. A segundo versão do personagem encenado por Wagner Moura, ao contrário, reconhece que estava profundamente errado e faz o desfecho do filme onde segurança pública e direitos humanos se encontram.
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