O déficit habitacional da grande São Luís é uma realidade triste, independentemente das estratégias de sobrevivência de suas vítimas. Para resolver o problema da moradia, os mais pobres são submetidos aos mais diferentes mecanismos de conquista da terra urbana.
Líderes que se profissionalizam nos processos de ocupação da terra, lideranças personalistas que fazem questão de dar os próprios nomes à localidades, pessoas até com envolvimento criminoso não se confundem com uma legião de excluídos da política habitacional, que por vezes, os seguem, nos momentos iniciais da luta pela terra.
Os líderes se vão, as ocupações se consolidam com o tempo. Alguns vedem seus terrenos, depois de valorizados. O Poder Público não tem um cadastro eficiente das famílias. As ocupações se transformam em bairros, com o tempo. A maioria dos bairros de periferia, com exceção dos conjuntos habitacionais, resultam de ocupações.
Em Eugênio Pereira, contam-se 900 moradias. Apesar do nome, as lideranças que se consolidam no processo de mobilização são outras e dependem do lugar para morar com o mínimo de dignidade. O Poder Público se omite, como se a questão não lhe disesse respeito. Ninguém prefere ocupar terra, processo perigoso, que exige muitos sacrifícios.
O correto é que o Poder Público assuma de vez uma política habitacional decente para os mais pobres. Com mecanismos claros de acesso à terra ninguém ocuparia terrenos e não haveria a truculência dos despejos forçados. Eugênio Pereira conta mais de sete anos de existência.
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