Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio de Janeiro
- EFE/ Marcelo SayãoManifestantes deram trabalho aos policiais e ficaram até o fim do jogo no entorno do Maracanã
Enquanto o Brasil vencia a Espanha por 3 a 0 e conquistava o título da Copa das Confederações, alguns manifestantes se reuniam na frente do bloqueio montado por policiais perto do Maracanã. Os ativistas ignoraram o resultado e fizeram questão de mostrar o descontentamento com a realização da competição, que terminou na noite deste domingo. Sem atos de violência, eles vaiavam a cada gol do time de Luiz Felipe Scolari. Após o apito final da decisão, mais cantos contra a Copa foram ouvidos.
O estudante de História Leandro Araújo insistia em suas reivindicações, mesmo sem muitos seguidores por perto. "Estou nem aí para a Copa, que só veio para atrapalhar", comentou o manifestante de 23 anos.
Enquanto os jogadores iniciavam a disputa dentro de campo, o entorno do Maracanã tinha clima de guerra. Reunidos desde às 16h, os manifestantes encontraram forte bloqueio a 500m do Maracanã. O esquema de segurança armado na avenida de mesmo nome do estádio contou com quatro barreiras: policiais militares com escudos, membros da Força Nacional, batalhão de choque da PM e o carro Caveirão.
Às 18h35, a linha de frente da manifestação iniciou o conflito. 20 encapuzados do Black Bloc, grupo que se diz anarquista e tem como objetivo proteger os manifestantes da ação das autoridades, estavam entre os líderes. Bombas foram jogadas em direção ao primeiro bloqueio. Também vítimas de pedras, garrafas e coquetel molotov, esse primeiro pelotão teve que recuar. O protesto ganhou cerca de 5m e encarou a segunda barreira. O efetivo da Força Nacional de Segurança entrou em ação para conter o avanço e respondeu aos ataques com bombas de efeito moral.
O violento protesto foi o segundo ato no dia da final da competição organizada pela Fifa. Manifestantes com bandeiras de movimentos sociais e de partidos políticos deram o tom desta segunda manifestação. O UOL Esporte flagrou um ativista ferido no rosto, após ser atingido por uma bala de borracha. Ele foi socorrido por bombeiros, que o encaminharam ao hospital. Pelo menos mais duas pessoas foram vistas pela reportagem sendo atendidas. Uma mulher inalou muito gás e, chorando, teve que ser socorrida.
Um policial se queimou após bomba jogada por manifestantes e também deixou o local do confronto. Com muita dificuldade, membros da Força Nacional de Segurança iniciaram a dispersão de boa parte dos manifestantes a partir das 19h.
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