Mais um preso foi morto
Foto: Jornal Pequeno
A Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) informou que o interno Wanderson Carlos Rodrigues Leite foi encontrado morto neste sábado (20), com várias chuçadas, na Cela 7, bloco A, na Central de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) de Pedrinhas.
Wanderson Carlos Rodrigues Leite, conhecido como “Skol”, de 25 anos, foi morto a golpes de chuço. Segundo o Jornal Pequeno, o corpo foi encontrado enrolado em um lençol, no interior da cela 7, do bloco A, daquela unidade prisional.
“Skol” era acusado de participação no assalto que vitimou Charlys Wagner Rodrigues Silva, 35, no interior de uma oficina, na Rua Paulo Frontim, no bairro Monte Castelo, por volta de 11 h. A vítima teria tentado reagir e fora alvejada com tiros nas costas. Wanderson Carlos foi preso logo em seguida por uma guarnição da PM, próximo à oficina, juntamente com mais dois comparsas.
Charlys Wagner Rodrigues Silva ainda foi socorrido e levado ao Hospital UDI, onde morreu segunda-feira (15), no Hospital UDI, onde estava internado desde o dia 1º de junho, data na qual ocorreu o crime. A vítima ainda foi submetida a uma cirurgia para retirada do projétil, mas nos últimos dias, lutava contra um processo infeccioso e não resistiu à gravidade do ferimento.
As investigações, como sempre, apontam que a motivação da morte foi um acerto de contas entre presos.
É evidente que alguma coisa está errada. Depois de substituição de Sérgio Tamer por Sebastião Uchôa, um estranho processo de fragilização do sistema penitenciário passou a ocorrer. Não apenas mortes, mas motins, tentativas de rebeliões e fugas ocorrem agora com uma sistemática incrível, muito embora não tenha havido nenhuma mudança para pior em termos de infra-estrutura de presídios, pelo contrário.
É verdade que sem estrutura adequada, os presídios do Maranhão não funcionam de acordo com uma gestão do Estado; mas a partir de uma lógica interna própria. Nessa lógica, prevalecem os interesses das facções e grupos criminosos, por vezes associados a agentes públicos.
Desta feita, a morte coincide com o anúncio da operação que transferiu dez presos para presídios de segurança máxima no Estado de Mato Grosso do Sul, ainda na mesma manhã de sábado. A lógica da transferência foi preparada desde a quinta-feira (dia 18), em reunião que contou com a participação dos secretários Aluísio Mendes e Sebastião Uchôa, na sede da SSP, no Outeiro da Cruz, dos comandantes da PM, Franklin Pacheco, e do Corpo de Bombeiros, Vanderley Pereira, além dos representantes das secretarias. Participaram da ação equipes do Grupo Tático Aéreo (GTA), Batalhão de Choque, Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop), Corpo de Bombeiros, Polícias Civil e Militar, além do apoio de viaturas de combate a incêndio e ambulância.
Foto: O Imparcial
Segundo o Secretário de Segurança, a transferência dos presos faz parte de um conjunto de iniciativas de impacto para as áreas de segurança pública e penitenciária com o objetivo de conter a violência na capital.Quer nos parecer que há uma tentativa de associar o aumento da criminalidade na região metropolitana a atuação desses detentos, o que não é legítimo e nem razoável.
Espera-se que a exaltada área de inteligência do sistema de segurança também seja capaz de descobrir a razão de tantas execuções e fugas no período da gestão de Sebastião Uchôa. O sistema de segurança ainda deve à sociedade a conclusão do inquérito sobre as rebeliões nos presídios São Luís e na Delegacia Regional de Pinheiro, onde a atuação de líderes de facções criminosas estiveram associadas à participação de agentes públicos. Se a responsabilidade de cada um tivesse sido exemplar, talvez não estivéssemos convivendo com as dificuldades de agora.
Sebastião Uchôa alega que a Sejap também passa por um processo de reestruturação, garantindo maior segurança nos presídios. O fato é que sem a abertura de pelo menos mais seiscentas vagas no sistema, não será possível levar adiante o processo de ressocialização e de humanização do sistema. Esse é o problema que se espera a solução há mais de duas décadas.
Mas talvez não seja o ponto decisivo da questão, uma vez que Uchôa recebeu sinais evidentes de boicotes contra a sua gestão, antes mesmo de assumir.
Os que foram transferidos
Segundo divulgou o O Imparcial, do total dos transferidos para o presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, sete estavam custodiados no Pavilhão de Prisões do Comando Geral da PMMA; dois no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e um no Centro de Custódia de Presos de Justiça (CCPJ) do Anil.
Relação dos detentos:
1 - Rones Lopes da Silva, conhecido como “Rone Boy”, considerado um dos líderes de rebelião ocorrida no Presídio São Luís, em 2010;
2 - Bruno Monteiro da Silva, suspeito de ser o autor intelectual de dois homicídios na Penitenciária São Luís II, sendo que em um deles, a vítima teve o corpo esquartejado;
3 - Tobias Pereira Oliveira, o “Tobias”, foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, apreendida no interior da cela onde estava preso;
4 - Ronilson Coutinho, o “Pixuca”;
5 - Mauro Soares Alves, o “Seu Mauro”;
6 - Wadson da Silva Araújo, “Tanaka”;
7 - Josué Santos da Silva, o “Gaspar”, roubo, tráfico e homicídios;
8 - Rosildo Ferreira, o “Roni”, esteve envolvido nos últimos quatros meses em três tentativas de fugas, sendo a mais grave delas ocorrida no último dia 12 de abril, na qual tentaram utilizar explosivos com a finalidade de destruir os muros da área externa da unidade;
9 - Francisco Carlos de Sousa, o “Ceara”;
10 - Cosme Pereira Lima da Silva.
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