http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2011/12/24/noticiapoliticajornal,2362774/juizes-criticam-associacao-por-nota-contra-corregedoria-do-cnj.shtml
Fonte: O POVO Online/OPOVO/Política
Juízes federais usaram o próprio grupo de discussão online da
Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), para discordar do
posicionamento da entidade em relação a atuação da Corregedoria do CNJ.
Corregedora Eliana Calmon tem sofrido ataques dos magistrados (ANTONIO CRUZ/ABr)
Ele reclama do fato de a Ajufe não ter consultado seus filiados antes de adotar a posição contra a corregedoria. “O presidente da Ajufe tem a prerrogativa de publicar notas, mas como esse tema envolve interesse de todos os juízes, teria a necessidade de ter consultado os associados. Acho que a posição da Ajufe conjunta com a AMB [Associação dos Magistrados Brasileiros], foi agressiva, desproporcional, e não baseada em prova de que houve quebra de sigilo, disse.
Ele também acredita que Eliana Calmon passou a ser atacada porque começou a investigar a elite da Justiça. Investigar a elite dói. Há reação da própria elite, que começa a acusar o investigador e procurar formas de derrubá-lo, argumenta. Para Oliveira, o acesso a dados sigilosos de juízes deve ser irrestrito ao órgão de controle porque os magistrados recebem do Estado e têm a enorme responsabilidade de lidar com o patrimônio alheio.
O juiz titular da 1ª Vara Federal de Bauru (SP), Roberto Lemos, também disse que usou o grupo de discussão da Ajufe para mostrar que não concorda com a entidade. Indaguei porque o presidente da associação está questionando um ato legítimo da corregedoria nacional de investigar e apurar problemas, em uma briga que não é dos juízes federais. Ele também diz que não foi consultado pela entidade sobre o caso.
Lemos, que foi auxiliar do CNJ na gestão passada, diz que a corregedoria vem atuando em casos difíceis de serem investigados pelos tribunais locais, como nepotismo e situações de assédio sexual em banca de concurso. Ele acredita que sem o trabalho do CNJ, os maus hábitos se perpetuariam. “Não consigo entender a quem interessa isso [impedir a fiscalização de juízes]. Quem não deve não teme”.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Três associações representativas de juízes pediram ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que abra investigação para apurar o suposto vazamento de dados sigilosos de juízes durante inspeção da Corregedoria Nacional de Justiça.
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