Mensalão é o que se convencionou denominar a vantagem indevida concedida a alguns aliados do governo, para mantê-los fiéis à sua base de sustentação parlamentar.
Ele não significa restritamente - apesar do nome sugerir isso - um salário régio e pontual, pelo desempenho parlamentar em determinadas votações do interesse do governo.
Essa prática política (que não foi idealizada pelo PT, diga-se de passagem - mas por ele foi reelaborada e aperfeiçoada), contém na sua essência, vários ilícitos penais, decorrentes de distintas condutas políticas, que se desdobraram para além de períodos prefixados no tempo.
É inegável que a distribuição de recursos financeiros do chamado mensalão implicou em Caixa Dois de campanha também, visto que a ajuda financeira não se desconfigura por redundar em quitação de dívida eleitoral.
O fato é que esse esquema de distribuição e partilha de recursos públicos e privados tinha pretensões de permanência. Ou seja, seria um mecanismo a quem seus integrantes recorreriam a cada vez que precisassem, para as mais diversas finalidades de manutenção da coesão política da sustentabilidade do governo.
Ou seja, o mensalão era uma engrenagem de reprodução do poder, retroalimentado por uma gama de ilícitos cuja finalidade era a manipulação e disposição de recursos públicos e privados. Daí que seus integrantes enriqueciam ilicitamente. Não há o tipo penal "mensalão".
Fazemos esse esforço explicativo porque ainda tem gente que, para justificar as condutas criminosas de seus líderes, ainda têm a coragem de dizer que não ficou comprovado a existência do mensalão.
Um comentário:
Afirmo que não sinto nenhuma satisfação com a condenação de políticos e colarinhos brancos. Mas não nego que sinto um certo alívio ao ver que o país está dando um passo, ainda que tímido, para diminuir a impunidade.
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