O MP já notificou os partidos políticos para que se abstenham de contratar adolescentes para o trabalho das campanhas políticas. A ação teve início por conta de uma constatação simples. É só dar uma olhada para o perfil das pessoas que estão nas rotatórias e avenidas, geralmente segurando bandeiras dos candidatos.
Esse é um marketing odioso, fruto do abuso do poder econômico, e não do resultado da aceitação do candidato junto à sociedade. Esse tipo de propaganda tem o objetivo de ludibriar a opinião pública, confundindo apoio popular com força econômica.
O efeito estético não resiste ao detalhe. Rostos tristes, castigados pelo sol escaldante, enquanto empunham o símbolo da sua própria opressão. Não são militantes políticos e sequer votariam no candidato que os contratam. É apenas um jogo de cena, que deveria ser prontamente repudiado pela sociedade. O Ministério Público pelo menos já está livrando do espetáculo uma parte deste exército de mão de obra barata, os adolescentes.
A legislação eleitoral avançou, mas ainda estamos longe do ideal. A força do poder econômico nas eleições é o mal a ser vencido, sob pena de corrosão de todas as instituições do Estado. É a partir dela que surge a corrupção política, o esfacelamento das políticas públicas e a pobreza. Mesmo com os escândalos em voga, como o Mensalão, a CPI do Cachoeira e a agiotagem no Maranhão não houve mudança no modelo fundamental de eleições no Estado. O povo precisa desconfiar do candidato a partir de sua campanha eleitoral. Enquanto for assim, a chamada "festa da democracia" ainda será apenas discurso demagógico.
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