O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Araraquara, o advogado Roberto José Nassutti Fiore , foi preso, tentando introduzir celulares no presídio da cidade.
Ele chegou ao Fórum por volta das 14h levando uma muleta de ferro, revestida com adesivo semelhante à madeira, que seria entregue a um réu, Newton Senaseschi, mas policiais militares desconfiaram e na revista encontraram dentro do apoio os seis aparelhos juntamente com os carregadores.
O preso Newton Senaseschi, o dono da muleta, está preso por agressão a uma mulher e estava no fórum para uma audiência. Para a polícia, Senaseschi, que passou recentemente por uma cirurgia no pé, seria a "mula" que levaria os celulares aos presos, com a colaboração do advogado.
A suspeita da polícia é que os aparelhos seriam entregues a integrantes da facção criminosa PCC na penitenciária local.
O advogado Fiore, ainda segundo a polícia, chegou ao fórum com a muleta e pediu a um funcionário que a entregasse ao detento. O funcionário se negou, mas o acompanhou até os policiais da escolta. Fiore deixou a muleta com um dos policiais.
O PM, porém, desconfiou do peso e, ao desencaixar a tampa da base, achou os celulares. Segundo o delegado Elton Hugo Negrini, a base da muleta levada pelo advogado tinha quase o dobro do tamanho da de uma normal.
O advogado ainda estava no fórum quando foi preso em flagrante. A Justiça, porém, concedeu parcialmente habeas corpus e ele cumpre prisão domiciliar.
Fiore diz ser inocente e afirma que uma mulher que se apresentou como mãe de Senaseschi pediu que ele entregasse a muleta ao filho, que nem seria seu cliente.
A versão de Fiore é difícil de acreditar. Não é a primeira vez que advogados são flagrados colaborando com organizações criminosas de presídios ou não. Aqui no Maranhão tivemos um exemplo recente, onde talões de cheques de prefeituras foram encontrados na residência do causídico, envolvido com a máfia da agiotagem.
É preciso ter muito cuidado com o espírito de corpo. Garantias profissionais precisam ser invocadas quando no exercício da profissão. Fora desses casos, o sujeito é apenas uma cerca velha: quando cai, ainda derruba as cercas novas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário