terça-feira, 24 de maio de 2011

VIA CRUCIS

Hoje, para variar, a cidade parou com mais um inexplicável engarrafamento. O estrangulamento da avenidas Itaqui-Bacanga, Avenida dos Africanos, Avenidas dos Franceses, João Paulo, Caratatiua e Anil praticamente paralisou a cidade, desde seis horas da manhã.

Não se sabe bem porquê a chuva sempre agrava os engarrafamentos. São Luís caminha perigosamente para o caos. Os buracos aparecem em volocidade inversamente proporcional às vagarosas operações tapa-buracos. Vários sinais estão quebrados. As sinalizações horizontais estão apagadas. As vias alternativas, por dentro dos bairros, estão destruídas.

Não há uma política de trânsito para as cidades. Os semáforos foram projetados para a cidade de dez anos atrás. Não são sincronizados, contribuindo para os imensos gargalos do tráfego. Onde existem os engarrafamentos diários, não se vê agentes de trânsito.

Hoje, com a greve dos motoristas de ônibus, o caos se agravou.

Em resumo, estamos assim:
a) se quisermos trabalhar e não tivermos veículo próprio, não será possível, por causa da greve;
b) se quisermos trabalhar e tivermos veículo próprio, também não, por causa do engarrafamento;
c) para trafegarmos nas ruas, corremos o rico de quebrarmos o carro, a moto ou a cara (se trafegarmos de bicicleta), por causa dos buracos;
d) se houver acidente, o telefone não funcionará, para chamar o 190;
e) se conseguirmos acionar o 190, a perícia virá depois de várias horas de espera - ou simplesmente não virá;
f) se precisarmos de atendimento médico - no caso, por exemplo de um enfarto de raiva - o médico terá se descredenciado do seu Plano de Saúde;
g) se tentarmos localizar outro médico na internet, ela não funcionará - a velox agora não funciona direito;
h) se quisermos tomar banho, a Caema não fornecerá água, por algum problema na adutora (eu não sei o que sigfica isso - mas é sempre isso que eles alegam);
i) se quisermos assistir TV, ao final de um dia extenuante, a oscilação da energia da CEMAR também não vai deixar.

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