Juízes no Estado do Maranhão atravessam um momento de apreensão. Depois do episódio de Tutum, onde a residência do juiz foi alvejada por tiros, a juíza de Rosário também recebe ameaças, durante a invasão do Fórum.
Um movimento silencioso de descrédito às Insituições está em curso. Ao lado dos péssimos indicadores sociais, cuja tarefa de alteração não cabe apenas aos Governos de plantão, cabe fazer a reflexão necessária acerca das causas de tanto atraso no Estado.
Fomos o último Estado do país a aderir à Independência. O Maranhão foi monárquico até onde pôde. A escravidão aqui instituída, primeiro com os índios, depois, com os negros, parece que delineou um modelo muito particular de gestão da coisa pública.
Somos uma província, profundamente enraizada em costumes coloniais. As instituições são hegemonizadas pelas famílias tradicionais - uma elite apedeuta que boicota a meritocracia permanentemente.
Via de regra, os negócios - por onde circulam dinheiros públicos e privados, em perfeita promiscuidade - contratriam o funcionamento das Instituições republicanas. Se, por exemplo, um juiz passar a conduzir processos com celeridade, sem distinção, fatalmente incomodará o status quo.
Aqui, onde a prática do incêndio criminoso de Cartórios vigeu até pouco tempo atrás, as Instituições são menores do que os interesses dos negócios, lícitos ou não. Sacrificam-se regularmente os bois para matar os parasitas.
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