sexta-feira, 13 de maio de 2011

Sobre o Neoruralista Aldo Rabelo



Muita gente está assustada com os posicionamentos do deputado federal, Aldo Rabelo (PCdoB), enquanto relator da proposta de novo Código Florestal. De fato, para um deputado do Partido que, em nome da resistência à ditadura, tinha como aliados camponeses da região do Araguaia e adotava a noção de revolução chinesa, a postura hoje é inaceitavalmente diferente.

Mas, para quem já acompanhava a trajetória do deputado, não foi susto nenhum. Há tempos que o discurso de Aldo Rabelo alinhava-se com o discurso dos militares e do agronegócio. De Alcântara à Raposa Serra do Sol, confrontava-se com o movimento social ambientalista e indigenista, a quem acusava de representar os interesses estrangeiros (era o discurso da ESG, no período da ditadura).

Depois vieram à tona informações sobre o financiamento da campanha de Aldo, recheada de recursos de empresas nada simpáticas aos socialismo.  O site http://wikileaksbrasil.net.br/ambiente/pcdob.html, divulgou as seguintes denúncias contra Aldo:
1) Aldo Rebelo teve receitas de R$ 2.177.724,19, sendo que, tirando as verbas do Comitê de campanha, recebeu praticamente 2 milhões de doações, a maior parte de empresas. Chama a atenção a presença de grandes empreiteiras (também concessionárias) como a Camargo Correa, bem como a indústria Usiminas, várias empresas farmaceuticas, bancos, e de cafeicultores, pecuaristas e citricultores, que são contra a atual proteção de APPs e Reservas legais.


"O Comitê do PC do B do Brasil teve uma receita de R$ 6.610.000,00. Chama a atenção a doação de R$ 300 mil de Eike Baptista, além de mineradoras, bancos, empreiteiras como a Queiroz Galvão (1 milhão de reais), a construtora OAS (R$ 750 mil), entre outras. As usinas de álcool aparecem com fartas doações, sendo a Cridasa doou 500 mil reais.
O Comitê do PC do B de São Paulo recebeu R$ 2.878.687,00, com recursos inclusive da Bunge (R$ 70.000,00) transnacional do agronegócio com sede nos EUA. Também receberam centenas de milhares de reais de várias Usinas de alcool (que provavelmente não devem querer RL nem APPs em suas terras). As industrias de celulose e papel, como a Suzano e a Klabin, estão presentes com um total oficial de R$ 75 mil. As mineradoras não ficam muito atrás nas "contribuições" partidárias. É supreendente a aceitação de candidatura e de doação do vereador/cantor/apresentador do SBT, Netinho (PC do B) que é acusado em bater em mulheres e estar envolvido em irregularidades com repasses a ONGs que seriam fantasmas.
O Comitê do PC do B do RS recebeu da Braskem R$ 80.000,00 e da Fibria (empresa de Celulose, resultante da fusão da Votorantim e Aracruz) R$ 100.000,00. "

O fato é que assistimos a um processo paulatino de derrocada dos princípios da esquerda revolucionária. Ao lado de Aldo Rabelo, infiltrados por conveniências eleitorais nos chamados partidos de esquerda, existem muitos outros. É só checar o site do TSE:http://spce2010.tse.gov.br/spceweb.consulta.receitasdespesas2010/abrirTelaReceitasCandidato.action

No Maranhão, a título de sugestão de pesquisa, verifique para quais candidatos da esquerda as siderúrgicas fizeram doações de campanha.
Se você ainda tiver alguma ideologia na cabeça, aproveite o vomitório.

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