sábado, 21 de maio de 2011

Antes de mudar o Código Florestal, já aumentou o desmatamento

Já temos um resultado sobre os debates envolvendo a votação do novo Código Florestal no Congresso. Esperamos que a bancada ruralista esteja satisfeita.

O Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou recentemente imagens dos satélites de detecção em tempo real, que monitoram o ritmo de desmatamento na Amazônia. Os registros revelam que o desmatamento quase que quintuplicou no bimestre março-abril (alta de 473%), em comparação com o mesmo período de 2010. Os satélites registraram o corte de 593 quilômetros quadrados de florestas, extensão equivalente a mais da terça parte da cidade de São Paulo.

Faltando três meses para o fim da coleta de dados da taxa anual de desmate, os números do Inpe sugerem interrupção na tendência de queda no abate de árvores, registrada nos dois últimos anos. Os números foram anunciados na quarta-feira, 18, com a reação do governo: "A ordem é reduzir até julho, não queremos aumento da taxa anual do desmatamento", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Ela disse que os números foram “alarmantes” e anunciou a criação de um “gabinete de crise” em resposta à notícia.


Grande parte da destruição foi no estado de Mato Grosso, o centro de agricultura de soja no Brasil, um modelo do agronegócio que está sendo exportado para vários outros Estados, com incentivos governamenais.

Sem nenhum elemento que justifique o aumento dos índices de desmatamento, não há dúvida de que a expectativa criada no Congresso Nacional, com a votação de um Código Florestal mais flexível aos criminosos ambientais, influenciou sensivelmente.





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