http://www.oimparcial.com.br/app/noticia/urbano/2012/10/21/interna_urbano,124953/maranhao-e-o-terceiro-estado-em-numero-de-casos-de-trabalho-escravo-do-pais.shtml
Borges Júnior
Publicação: 21/10/2012 09:05
No ranking do estados que apresentam maior índice de pratica de trabalho semelhante a escravidão, levando em conta a ocorrência desse crime no período de 2003 a 2011, o Maranhão ocupa o 3º lugar em número de denúncias (casos), sendo 244 no total.
Se considerarmos o número de proprietários na atual lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 31/07/2012, o nosso estado figura no 4º lugar, com 29 empregadores listados e 555 trabalhadores libertados, ficando atrás de Pará, Mato Grosso e Goiás. A lista é atualizada a cada seis meses.
Entretanto, se levarmos em conta a origem dos trabalhadores libertados dessa situação em todo o Brasil, o Maranhão é disparado o 1º lugar. Informações pautadas em dados do MTE/Seguro Desemprego, mostram que entre 2003 e 2010; 27,6% dos libertados do trabalho escravo no Brasil (6.519 trabalhadores) nasceram no Maranhão.
Para termos uma ideia da importância do que isso representa, a Bahia, 2ª colocada no ranking, teve 1.956 trabalhadores libertados que nasceram lá, representando 8,3% do total. Situação que de acordo com o superintendente regional do Trabalho e Emprego no Maranhão (STRE/MA), Allan Kardec Ayres Ferreira, “envolve a falta de políticas públicas na educação e na geração de emprego e renda na área rural”. Para o superintendente do STRE, “a pobreza absoluta e a falta da educação básica e da qualificação profissional, é que impulsiona o trabalhador para o trabalho análogo ao de escravo”.
“Gatos” em ação
O aliciamento desses trabalhadores vem geralmente por meio dos chamados “gatos” que são pessoas contratadas para convencer o trabalhador a exercer funções em outras localidades, com falsas promessas de excelentes salários e acomodações. Ele funciona como intermédio entre o empregado e o empregador na hora da contratação da mão-de-obra.
“Os trabalhadores recebem uma boa proposta de emprego, feita por um gato (aliciador), pelo gerente ou mesmo pelo proprietário da fazenda. Eles prometem boa remuneração, além de alimentação, ferramentas de trabalho e alojamento bons e gratuitos, porém, ao chegarem à fazenda veem que a situação é completamente diferente”, explica o integrante da CPT do município de Balsas, João Antônio Moreira França.
Ele esclarece ainda que “sob a condição de escravos, os trabalhadores acabam recebendo salário muito abaixo do prometido ou nem recebem, são aprisionados por dívidas, recebem péssima alimentação, água de má qualidade, além de sofrerem ameaças, vigilância armada (pistoleiros) e estarem geograficamente isolados”.
O mesmo levantamento do MPT que mostra que o Brasil tem pelo menos 20 mil trabalhadores em condição análoga à escravidão sinaliza para (52%) de contratos feitos diretamente pelos gatos. Os escritórios de contabilidade aparecem como responsáveis pela contratação de 15% dos empregados. Das dez fazendas que os pesquisadores acompanharam as fiscalizações, seis não haviam registrado os trabalhadores.
Se considerarmos o número de proprietários na atual lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 31/07/2012, o nosso estado figura no 4º lugar, com 29 empregadores listados e 555 trabalhadores libertados, ficando atrás de Pará, Mato Grosso e Goiás. A lista é atualizada a cada seis meses.
Entretanto, se levarmos em conta a origem dos trabalhadores libertados dessa situação em todo o Brasil, o Maranhão é disparado o 1º lugar. Informações pautadas em dados do MTE/Seguro Desemprego, mostram que entre 2003 e 2010; 27,6% dos libertados do trabalho escravo no Brasil (6.519 trabalhadores) nasceram no Maranhão.
Para termos uma ideia da importância do que isso representa, a Bahia, 2ª colocada no ranking, teve 1.956 trabalhadores libertados que nasceram lá, representando 8,3% do total. Situação que de acordo com o superintendente regional do Trabalho e Emprego no Maranhão (STRE/MA), Allan Kardec Ayres Ferreira, “envolve a falta de políticas públicas na educação e na geração de emprego e renda na área rural”. Para o superintendente do STRE, “a pobreza absoluta e a falta da educação básica e da qualificação profissional, é que impulsiona o trabalhador para o trabalho análogo ao de escravo”.
“Gatos” em ação
O aliciamento desses trabalhadores vem geralmente por meio dos chamados “gatos” que são pessoas contratadas para convencer o trabalhador a exercer funções em outras localidades, com falsas promessas de excelentes salários e acomodações. Ele funciona como intermédio entre o empregado e o empregador na hora da contratação da mão-de-obra.
“Os trabalhadores recebem uma boa proposta de emprego, feita por um gato (aliciador), pelo gerente ou mesmo pelo proprietário da fazenda. Eles prometem boa remuneração, além de alimentação, ferramentas de trabalho e alojamento bons e gratuitos, porém, ao chegarem à fazenda veem que a situação é completamente diferente”, explica o integrante da CPT do município de Balsas, João Antônio Moreira França.
Ele esclarece ainda que “sob a condição de escravos, os trabalhadores acabam recebendo salário muito abaixo do prometido ou nem recebem, são aprisionados por dívidas, recebem péssima alimentação, água de má qualidade, além de sofrerem ameaças, vigilância armada (pistoleiros) e estarem geograficamente isolados”.
O mesmo levantamento do MPT que mostra que o Brasil tem pelo menos 20 mil trabalhadores em condição análoga à escravidão sinaliza para (52%) de contratos feitos diretamente pelos gatos. Os escritórios de contabilidade aparecem como responsáveis pela contratação de 15% dos empregados. Das dez fazendas que os pesquisadores acompanharam as fiscalizações, seis não haviam registrado os trabalhadores.
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