Nota prévia: é preciso considerar que o titular do blog tem sua preferência política, conforme já expressou aqui muito claramente. Isso não o impede de tentar fazer uma avalização minimamente isenta, a partir do que foi observado, com a licença dos que não compartilham da mesma visão de mundo.
PRIMEIRO: O avançado da hora prejudicou segmentos importantes de audiência. Até especialistas dormiram antes do encerramento do debate, que excluiu principalmente a classe trabalhadora, com seu compromisso de jornada laboral do dia seguinte. É incrível como neste país as novelas se tornaram mais importantes do que a política, na grade das programações televisivas.
SEGUNDO: Foi engraçada a chegada de Haroldo Saboia na Mirante, num troller amarelo, entupido de gente e de bandeiras do PSOL, aplaudido pela militância paga de Whashington e de Edvaldo, composta na sua maioria de jovens. Na saída, a cena se repetiu, embora já com menos gente na porta da Mirante.
TERCEIRO: A Mirante tentou fazer a sua parte, organizando um debate de alto nível, mas o mediador da Globo, Tonico Ferreira, teve desempenho sofrível, se enrolando todo com as regras acerca da ordem de intervenção dos candidatos. Ele sem dúvida foi uma unanimidade.
QUARTA: Alguns candidatos sofreram mais com o nervosismo, como Whashington e Edvaldo. Outros, me parece que não demonstraram grandes dificuldades. Nesse item, Eliziane se sobressaiu bem, mas Castelo, Tadeu e Haroldo mantiveram razoavelmente o controle das emoções.
QUINTA: Eliziane foi apontada como a grande vencedora do debate, porque não foi testada em confrontos, mantendo a postura de simpatia e de proposição de idéias. Dentro da sua estratégia de campanha, não atacou ninguém, porque não precisaria realmente, visto que não ameaça ir ao segundo turno, mas mantém um patamar vitorioso nos índices de pesquisa, considerando seus objetivos eleitorais. Pode perder pontos apenas no segmento que prefere o candidato mais crítico das mazelas políticas dos adversários, mas isso é outra história. Eliziane também tem uma boa imagem na TV, coerente com a estratégia de campanha que busca consolidar a imagem de candidata simpática.
SEXTA: Tadeu tem dificuldade para apresentar idéias sólidas sobre administração. Não foi atacado o tanto que deveria, porque está fora da disputa. Mesmo assim manteve uma postura sem muita empolgação, ao mesmo tempo que mantendo a preferência de cordialidade com Eliziane Gama. Sua imagem não o favorece, mas também não seria o principal da sua estratégia de campanha.
SÉTIMA: Haroldo Saboia manteve o objetivo de formular a crítica aos seus adversários, ensaiando algumas vezes proposições. Teve dificuldades com o tempo e com lapsos de memória, mas demarcou seu campo político. Na medida em que a regras permitiram, tentou criticar isonomicamente Castelo, Edvaldo e Whashington. Tem boa imagem e nos limites das regras do debate, utilizou razoavelmente sua capacidade de críticar os adversários.
OITAVA: Edvaldo tem boa imagem e manteve-se razoavelmente bem, do ponto de vista plástico, mas ainda tem dificuldades com o conteúdo das propostas que apresenta. Nervoso, foi atacado, mas manteve a estratégia de não retaliação, muito embora tenha até tentado em um único momento o direito de resposta, que foi negado. Visivelmente ensaiado, o que talvez tenha prejudicado a empolgação no discurso.
NONA: Whashington não se sente confortável em debates, pelo visto. Tem dificuldades com a oratória e a sua imagem não lhe favorece. Visivelmente o mais nervoso, bateu cabeça com o tempo e com as regras do debate. Talvez tenha sido o pior desempenho, tudo indica por excesso de nervosismo.
DÉCIMA: Castelo soube controlar razoavelmente bem as emoções e não escorregou nas regras do debate. Manteve-se ao largo das críticas, defendendo-se no estilo de bom velhinho. Talvez tenha se beneficiado do debate, muito embora apresentando quase nada em termos de conteúdo. Tem boa imagem e verbaliza razoavelmente bem suas idéias.
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