É notícia uma carta do presidente estadual do PT, Raimundo Monteiro, em resposta a alguma solicitação do deputado estadual, Bira do Pindaré (também do PT), por espaço na propaganda partidária de rádio e de tv. O deputado não faria tal pedido se já não estivesse com as malas no corredor. Não seria tão tolo para morder a isca voluntariamente, ainda mais no meio da disputa interna do partido. Falando em nome do próprio PT, e fazendo ouvido mouco ao movimento chamado "resistência petista", Monteiro "convida" Bira a sair do partido, sem nenhum remorso, aproveitando a deixa.
Para o grupo de Washington, a saída das lideranças da resistência petista é mais do que um sonho; é uma necessidade. Faz parte de uma outra construção partidária, com outros objetivos e outros compromissos. Os resistentes internos fazem de conta que não entendem o processo e alimentam esperanças de trazer o PT para as antigas e históricas bandeiras de luta. Lutam aqui contra o grupo Sarney, mas se abraçam com ele em Brasília.
O deputado federal, Domingos Dutra já havia até se despedido, confiante de que a Rede (partido de Marina) atingiria as assinaturas suficientes para a criação do novo partido. Agora, acredito que terá dúvidas quanto a isso e já deve costurar um plano B, para a sua situação delicada.
O caminho natural de Bira deveria ser também a Rede, mas o número aquém de assinaturas o deixou na mesma situação de Dutra. O que farão os dois deputados do PT é assunto para os próximos capítulos. O problema é que a contaminação dos demais partidos da chamada "esquerda" no Maranhão faz saltar os olhos. Dentro da ampla coalização desses grupos, com possibilidades amplas para regalias partidárias, terão que dividir o oxigênio com a improbidade administrativa, o latifúndio, o clientelismo e o patrimonialismo que tanto combateram. Os que teimam em defender as mesmas bandeiras são agora taxados de partidos radicais de esquerda.
Tudo indica que o movimento que farão cederá espaço para a ideologia e levará muito mais em consideração a sobrevivência política com mandatos. Para muitos, são tempos bicudos para se refazer utopias.
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