quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O único a votar contra, para orgulho do Maranhão



Contrariar todas as expectativas do eleitor, numa conjuntura de grandes e agitadas mobilizações da população nas ruas, é difícil para um político. Posicionar-se, seguidas vezes, contra as mudanças, provocadas pelo clamor público, também é mais difícil ainda para um político. Chama a atenção quando um deles faz isso, à revelia do interesse público, diante do seu próprio eleitorado, mas em destaque nacional, envergonhando e desapontando a tudo e a todos. Esse político corajoso existe, e é maranhense: o Senador João Alberto. Ele já havia se posicionado contra o voto secreto e agora foi o único senador da república a votar contra a chamada Pec dos mensaleiros, ou PEC 18/2013. Ela foi aprovada na noite desta quarta-feira (dia 11). O texto estabelece a cassação automática dos mandatos de parlamentares com condenação transitada em julgado. Agora, a proposta deve ser encaminhada para a Câmara dos Deputados.
No primeiro turno, 70 senadores votaram, sendo 69 favoráveis à aprovação da PEC e 1 contra. No segundo turno, foram 62 votantes, com 61 favoráveis à proposta e novamente 1 contrário.
Nas duas situações, João Alberto foi o único a votar contra. E isso porque é nada menos do que o presidente do Conselho de Ética do Senado. Ele ainda tentou se justificar, diante do vexame, balbuciando frases, como: “É um direito nosso ouvir o parlamentar e dar a nossa opinião. Daí a minha discordância. É um direito meu. Eu acho que nós não devemos entregar o nosso direito para quem quer que seja”. Talvez isso convença alguns de seus eleitores, mas a grande maioria sequer tomará conhecimento disso.
Um político desses parece gostar de andar no fio da navalha, cutucando a onça com vara curta. Deve confiar no seu grupo, para continuar a carreira política, apesar dos seus insistentes deslizes. No Maranhão é assim.

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