As pesquisas eleitorais não existem para informar o eleitor. A função delas é apenas mobilizar os interesses econômicos e políticos em torno das candidaturas. Existem pesquisas corretas, mas na grande maioria induzem resultados, porque confundem o eleitor.
Algumas delas são verdadeiras armadilhas, simples truques para simular uma queda sistêmica de intenção de votos, de determinados candidatos. Na verdade, deveriam ser proibidas, para impedir a mobilização de interesses escusos em torno de candidatos. O eleitor deveria ter ampla liberdade de escolher, sem qualquer tipo de indução, capaz de fazer o fazer trocar o voto ideológico pelo voto de oportunidade.
Um segmento importante de políticos mudam de camisa ao sabor de pesquisas. O clientelismo e fisiologismo precisam de pesquisas para avaliar os cenários políticos com antecedência. Eles migram, como periquitos na manga - expressão que ouvi dizer um político de Alcântara.
Algumas delas chamam a atenção, como essa do instituto Data M, ligado a não sei qual interesse político. Esse instituto traz uma evolução de intenção de votos curiosa, sobretudo entre os candidatos Flavio Dino e Eliziane Gama.
Sobre o candidato do grupo Sarney me deterei de passagem aqui. A queda de Luiz Fernando é atípica, embora seja muito cedo para uma avaliação segura. Nos últimos meses tem viajado e se colocado de fato como candidato, geralmente ao lado da Governadora. Portanto, não pode mais dizer que ainda não é candidato. Diante da mediocridade do governo Edvaldo Holanda, no principal colégio eleitoral do Estado, deveria estar melhor postado na disputa. Pode ser um sinal, se a pesquisa for séria realmente.
No caso de Flávio Dino, a situação também não está confortável. Ele aparece praticamente empatado com Eliziane Gama, que de fato ainda não saiu para a disputa. Sequer definiu se será candidata. O desempenho dela realmente é surpreendente, porque está encostada com o candidato mais antigo na disputa de 2014. Pode-se afirmar que esse patrimônio eleitoral todo se deve a uma imagem política, sem qualquer artifício dependente de estruturas de campanha. Talvez seja outro sinal, embora, como já disse, seja muito cedo.
Como não posso me envergonhar das minhas escolhas interpretativas, digo que esse sinal pode anunciar uma predisposição do eleitorado maranhense pelo voto livre e contestador. Como se quisesse dizer que está cansado da política tradicional, onde também já se meteu a candidatura de Flávio Dino.
A campanha de 2014 exigirá muito mais do que poder econômico, tudo indica.
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