quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Madeireiros invadem aldeia indígena Ka’apor no Maranhão

Brasil de Fato


A ação dos madeireiros é uma represália à fiscalização e apreensão de caminhões madeireiros feitas pelos indígenas no território tradicional
27/08/2013
Gilderlan Rodrigues da Silva,


Cerca de 50 madeireiros invadiram a aldeia Gurupiuna, na Terra Indígena Alto Turiaçu, do povo Ka’apor, município de Centro do Guilherme, norte do Maranhão. Na aldeia, invadida na última segunda-feira (26), vivem sete famílias, num total de 48 pessoas.
Na invasão, os madeireiros agrediram o indígena Gonito Ka’apor que, somente nesta terça-feira (27), conseguiu sair da aldeia para fazer exame de corpo delito. Ele tentou registrar ocorrência na cidade de Governador Nunes Freire, mas não conseguiu porque o delegado responsável não estava.
A ação dos madeireiros é uma represália à fiscalização e apreensão de caminhões madeireiros feitas pelos indígenas no território tradicional. Sem os órgãos públicos responsáveis pelas fiscalizações atuando, os Ka’apor não veem alternativa a não ser a própria comunidade impedir a ação depredatória.
No ato da invasão da aldeia Gurupiuna, os invasores amarraram e bateram em indígenas, saquearam plantações e levaram animais. Ainda segundo informações dos indígenas, os madeireiros queimaram duas casas. Os Ka'apor denunciam também o desaparecimento de uma indígena Awá, próximo ao rio Turi, perto da aldeia Cocal.
O clima é tenso na região. Os Ka’apor temem novas invasões. As famílias buscam refúgio no mato como esconderijo. Com medo de novas invasões, indígenas estão sem sair de suas aldeias. Segundo informações, a Polícia Federal, o Ibama e o Exército se deslocaram para a região.
Desde julho os indígenas Ka’apor, da aldeia Zé Gurupina, comunicavam a ação dos madeireiros, que se organizavam para atacar a terra indígena por conta da Operação Hiléia, que fechou várias madeireiras e apreendeu vários caminhões na região.
Foto: Gilderlan Rodrigues da Silva/Cimi Maranhão

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