A prisão de Zé Dirceu e Genoíno realmente encerram um simbolismo especial. Na verdade, não se trata de dois injustiçados. Mesmo considerando a vida patrimonial humilde revelada por José Genoíno (o que não se pode dizer de seu companheiro de cadeia), a decisão do STF de alguma forma revela a lição óbvia de que crime é crime, mesmo que praticado por convicções ideológicas.E crime praticado com dinheiro público, deveria envergonhar qualquer socialista, seja por ambição pessoal ou por fervor político.
Dizer que foram injustiçados também é um exagero. Não foram privados de se defender. Aliás, bem poucos brasileiro teriam condições de dispor da defesa, paga a peso de ouro, que ambos tiveram.No caso de Zé Dirceu, a mídia anunciou simplesmente 5 milhões de reais. No caso dos acusados do mensalão em conjunto, atuaram mais de 150 advogados de 30 dos mais caros escritórios criminalistas do país. Em relação a José Genoíno, fez a sua defesa o advogado Luiz Fernando Pacheco – que dispunha de mais sete advogados auxiliares. Provavelmente, o partido bancou a defesa, não se sabe com que tipo de dinheiro.
O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos atua com advogado de José Roberto Salgado, um dos ex-diretores do Banco Rural. Os não menos famosos José Carlos Dias e Maurício Campos também advogam na no processo. Dias é advogado de Kátia Rabello, dona do Rural. Campos é advogado de Vinícius Samarane, um dos ex-diretores do Rural. Portanto, pelo peso da banca, é melhor não intuir de onde vêm os recursos para pagamento de tais honorários.Dirceu e Genoíno, puderam dispor da melhor defesa do mundo. E uma defesa somada a um trânsito junto ao Poder Judiciário que ninguém poderia também dispor, como eles, uma vez que o PT (Lula ou Dilma) indicou a maior parte dos Ministrso do STF. É fato que Lula foi o presidente que mais indicou Ministros para a Corte Suprema. E lembramos que saiu barato e estranho a sua não-inclusão no rol dos denunciados no esquema do mensalão.
De fato, há um hiato muito longo que separa os dois momentos importantes da biografia de Dirceu e Genoíno: a prisão da ditadura e a prisão atual, em pleno regime democrático.
Muita água rolou, entre os dois períodos, transformando posturas não somente dos dois guerrilheiros, mas também do seu partido. Da "Carta ao Povo Brasileiro" até os dias atuais, assistimos a derrocada da utopia, em todas as frentes e bandeiras que sustentaram a mística do PT. Agora, a “revolução” — que faria justificável o gesto de punhos fechados - é apenas um mecanismo de sustentação política de uma versão de poder, da qual comodamente fazem parte tipos como Renan Calheiros, Collor, Maluf, Jader Barbalho, Sarney, uma fatia da bancada evangélica, a bancada ruralista, os fisiológicos do PMDB e os grandes esquemas de financiamento de campanha.
De fato, há um hiato muito longo que separa os dois momentos importantes da biografia de Dirceu e Genoíno: a prisão da ditadura e a prisão atual, em pleno regime democrático.
Muita água rolou, entre os dois períodos, transformando posturas não somente dos dois guerrilheiros, mas também do seu partido. Da "Carta ao Povo Brasileiro" até os dias atuais, assistimos a derrocada da utopia, em todas as frentes e bandeiras que sustentaram a mística do PT. Agora, a “revolução” — que faria justificável o gesto de punhos fechados - é apenas um mecanismo de sustentação política de uma versão de poder, da qual comodamente fazem parte tipos como Renan Calheiros, Collor, Maluf, Jader Barbalho, Sarney, uma fatia da bancada evangélica, a bancada ruralista, os fisiológicos do PMDB e os grandes esquemas de financiamento de campanha.
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