quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PM teria executado integrantes do Bonde?


Muito estranho o diálogo travado entre a Delegada Geral de Polícia Civil e o comandante da tropa de choque da PM no dia ontem, por ocasião de uma reunião envolvendo a cúpula do sistema de Segurança Pública. A delegada geral, Cristina Meneses teria reclamado da execução, praticada pela PM, dos criminosos presos na região da Maioba (Tobinha e Cezinha), apontados como integrantes do Bonde. Ela disse ter sabido que os dois já haviam se rendido e, mesmo assim, foram mortos. Segundo a delegada, os outros bandidos presos reclamaram que os mortos iriam se entregar, mas foram executados. A versão da PM, divulgada pela mídia, era que os dois teriam sido mortos em troca de tiros.
A delegada teria sido prontamente rechaçada pelo Comandante do Batalhão de Choque. Essa notícia se encontra no blog de Marco Arélio Deça.
Os argumentos para descredibilizar a delegada foram os de sempre, incluindo aquele de que ninguém se preocupou com a morte do PM ou que a afirmação teria por base o depoimento de um bandido.
Não seria demais lembrar o que ocorreu no Estado de São Paulo, em episódio parecido. E não seria também demais lembrar que a Delegada deve ter mencionado o fato, porque a organização criminosa divulgou que estava reagindo para vingar a morte dos dois criminosos. Ou seja, um possível excesso ou crime da PM poderia ter desencadeado a reação que culminou com a morte do PM no trailler do bairro Vila Nova.
Ninguém está aqui a dizer que agora a PM deve ficar de braços cruzados assistindo o Bonde fazer e acontecer na cidade. E tampouco ninguém seria burro o suficiente para não lamentar a morte do PM. Mas daí a dizer que em nome do combate à criminalidade a polícia tenha carta branca para afrontar a lei, é outra coisa. Exigir que a polícia trilhe no caminho da legalidade também protege a polícia.

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