Todos os aparelhos eletrônicos da modernidade
não são capazes de me devolver o sono.
Folhas apressadas do livro de José Lins do Rego
não afugentam os pássaros sombrios da insônia
que pousam em cima dos meus ombros.
Relâmpagos da noite úmida cortam o céu
e eu esqueço de mim ouvindo o tagarelar da TV
e me divido entre o computador e os pensamentos avoengos
que ruflam asas no meu quarto sonambúlico.
Nenhuma pausa, nenhum silêncio, nenhum murmúrio
de água nos beirais - nada será capaz de me devolver o sono
engavetado, pisoteado, carcomido.
Continuo lúcido, rompendo a vigília extraordinária
de uma escorregadia madrugada.
Um comentário:
Lindo poema! Uma realidade para os "insones"!
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