sexta-feira, 22 de março de 2013

Insônia

Todos os aparelhos eletrônicos da modernidade
não são capazes de me devolver o sono.
Folhas apressadas do livro de José Lins do Rego
não afugentam os pássaros sombrios da insônia
que pousam em cima dos meus ombros.

Relâmpagos da noite úmida cortam o céu
e eu esqueço de mim ouvindo o tagarelar da TV
e me divido entre o computador e os pensamentos avoengos
que ruflam asas no meu quarto sonambúlico.

Nenhuma pausa, nenhum silêncio, nenhum murmúrio
de água nos beirais - nada será capaz de me devolver o sono
engavetado, pisoteado, carcomido.
Continuo lúcido, rompendo a vigília extraordinária
de uma escorregadia madrugada.

Um comentário:

Unknown disse...

Lindo poema! Uma realidade para os "insones"!