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Professor da UFRJ questiona o conceito de “neodesenvolvimentismo”
O professor titular de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Reinaldo Gonçalves, tenta dar o desenho geral do atual panorama econômico. Em recente artigo científico em que questiona a aplicação do termo “neodesenvolvimentismo” para se referir ao governo do PT, o docente é taxativo.
“Os eixos estruturantes do nacional-desenvolvimentismo foram invertidos. O que se constata claramente é: desindustrialização, dessubstituição de importações; reprimarização das exportações; maior dependência tecnológica; maior desnacionalização; perda de competitividade internacional, crescente vulnerabilidade externa estrutural em função do aumento do passivo externo financeiro; maior concentração de capital; e crescente dominação financeira, que expressa a subordinação da política de desenvolvimento à política monetária focada no controle da inflação”, critica.
Para exemplificar, Gonçalves cita dados sobre a queda da participação da indústria de transformação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de 18 para 16% entre 2003 e 2010. Na outra ponta, segundo o professor, os setores de agropecuária e exploração mineral cresceram a uma taxa anual igual ou até superior a média do PIB. “O avanço do processo de liberalização no Brasil é absolutamente claro. Trata-se do modelo liberal periférico, em que o país se posiciona como mero fornecedor de matéria-prima”, comenta.
Paulo Passarinho ainda adiciona o problema da desnacionalização. Ele se refere à aquisição de empresas nacionais por estrangeiros. Somente no primeiro semestre de 2012, pelo menos 160 empresas, das mais diversas áreas, como mineração, alimentos, energia, etc. foram repassadas ao capital internacional. “O Brasil está aprofundando o seu caráter subalterno no mundo globalizado, somos um fornecedor privilegiado de commodities agrícolas e minerais para o mundo mais desenvolvido e estamos dependendo cada vez mais, para definir os rumos do nosso desenvolvimento, de multinacionais estrangeiras e estados nacionais que nada têm a ver com a gente. Sofremos uma regressão neocolonial nos últimos anos”, conclui.
11/01/2013
Pedro Rafael,de Brasília (DF)Avanço de setores como o de exploração mineral colocam o país como mero fornecedor de matéria-prima - Foto: Agência Vale |
“Os eixos estruturantes do nacional-desenvolvimentismo foram invertidos. O que se constata claramente é: desindustrialização, dessubstituição de importações; reprimarização das exportações; maior dependência tecnológica; maior desnacionalização; perda de competitividade internacional, crescente vulnerabilidade externa estrutural em função do aumento do passivo externo financeiro; maior concentração de capital; e crescente dominação financeira, que expressa a subordinação da política de desenvolvimento à política monetária focada no controle da inflação”, critica.
Para exemplificar, Gonçalves cita dados sobre a queda da participação da indústria de transformação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, de 18 para 16% entre 2003 e 2010. Na outra ponta, segundo o professor, os setores de agropecuária e exploração mineral cresceram a uma taxa anual igual ou até superior a média do PIB. “O avanço do processo de liberalização no Brasil é absolutamente claro. Trata-se do modelo liberal periférico, em que o país se posiciona como mero fornecedor de matéria-prima”, comenta.
Paulo Passarinho ainda adiciona o problema da desnacionalização. Ele se refere à aquisição de empresas nacionais por estrangeiros. Somente no primeiro semestre de 2012, pelo menos 160 empresas, das mais diversas áreas, como mineração, alimentos, energia, etc. foram repassadas ao capital internacional. “O Brasil está aprofundando o seu caráter subalterno no mundo globalizado, somos um fornecedor privilegiado de commodities agrícolas e minerais para o mundo mais desenvolvido e estamos dependendo cada vez mais, para definir os rumos do nosso desenvolvimento, de multinacionais estrangeiras e estados nacionais que nada têm a ver com a gente. Sofremos uma regressão neocolonial nos últimos anos”, conclui.
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