Comissão de transição deve ser mesma de perfil técnico. A sua função é buscar informações técnicas sobre o estado das coisas no governo que finda, preparando a transição da gestão. Portanto, seria uma contradição indicar uma comissão de transição com perfil político.
Chamo atenção para esse fato porque Edvaldo obteve um tratamento privilegiado de boa parte da mídia, inclusive da mídia sarneísta. Com raras exceções, todo o mote de campanha do Edvaldo foi bem digerido pela esmagadora maioria dos veículos de comunicação, incluindo os blogs, limpos ou sujos, das mais diversas vertentes.
Agora eles se ocupam em legitimar um discurso estranho, de governo com perfil técnico, elaborado pela equipe de comunicação dos Edvaldistas.
O primeiro deles foi o de dizer que João Castelo é o velho e Edvaldo seria o novo. O velho encarnando tudo de ruim, e o novo expressando tudo de bom. Castelo foi identificado como atrasado, durante toda a campanha e quase ninguém questionou porque, em 2008, seus atuais adversários nem ligavam para isso.
Depois disso, vieram vários outros motes de campanha que a estratégia de campanha colou em Castelo, de modo muito eficiente: que ele só trabalhou no último ano de campanha; que ele havia aderido ao sarneísmo, etc.
Na sua peça de defesa, Castelo também elaborou alguns motes que vão incomodar Edvaldo, mesmo depois de eleito. Um deles é o de que terá dificuldades para governar, com as companhias que o cercam. Para se descolar desse vaticínio é que Edvaldo agora tenta passar a imagem de que fará um governo de perfil técnico.
A comissão de transição foi anunciada, com essa preocupação, mas nem de longe significa o perfil do governo que virá. De fato, Edvaldo terá que matar a cabeça, para acomodar os aliados de primeira e de última hora. E não adiantará indicar os famosos testa de ferro, que, na verdade, escondem as verdadeiras indicações políticas - embora até aparentem o não menos ideológico "perfil técnico".
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