quinta-feira, 3 de março de 2011
Mídia esconde enterro da CPMI do MST - Altamiro Borges
Análise
A finada CPMI foi capa dos jornalões e assunto predileto dos "calunistas" da televisão. Agora, a mesma mídia venal deixa de destacar o enterro formal da CPMI
A Repórter Brasil informou que foi encerrada oficialmente a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). "A instância criada pelos ruralistas para vasculhar as contas do movimento foi coberta com uma pá de cal no último dia 31 de janeiro, sem que o relatório final fosse submetido à votação dos membros da comissão".
Durante meses, a finada CPMI foi capa dos jornalões e assunto predileto dos "calunistas" da televisão. A revista Veja produziu várias "reporcagens" para atacar os movimentos de luta pela reforma agrária. Editoriais foram fartamente usados para atingir caluniosamente o MST por "desvio de recursos públicos".
Agora, a mesma mídia venal deixa de destacar o enterro formal da CPMI - o que confirma que ela é um instrumento dos latifundiários. O que era manchete virou notinha de roda-pé ou simplesmente foi omitido no noticiário. Josias de Souza, Boris Casoy, Willian Waack e outros inimigos da reforma agrária fazem um silêncio cúmplice - lembram os jagunços do latifúndio.
O requerimento que criou a chamada "CPMI do MST" foi apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) em 21 de outubro de 2009. Seu intento explícito era o de criminalizar a luta pela reforma agrária. Ao longo das 13 reuniões oficiais, foram ouvidas dezenas de pessoas – de integrantes de entidades e associações que desenvolvem atividades no meio rural a membros das mais diversas pastas do Executivo federal, passando por especialistas na questão agrária.
Em julho passado, o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) apresentou seu relatório final, no qual frisava a “inexistência de qualquer irregularidade no fato de as entidades manterem relações e atenderem público vinculado a movimentos sociais”. Mas os propositores da CPMI pressionaram com a ameaça de um voto em separado e conseguiram forçar a sua prorrogação por mais seis meses. O prazo da prorrogação chegou ao fim, no final de janeiro, sem que nada mais fosse votado ou discutido.
Publicado originalmente na edição 417 do Brasil de Fato.
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