A política no Maranhão não é simples, todos sabem. A desistência de Luís Fernando ainda precisa ser melhor analisada, à luz dos acontecimento que se seguirão.
O candidato mais forte ao governo do grupo oligárquico seria o Ministro Édison Lobão. Edinho Trinta apenas cumpre o papel de ocupar o espaço político e evitar disputas fraticidas, enfraquecendo mais ainda a estratégia para outubro.
Mas é curioso como Luís Fernando aguardou o término do prazo de desincompatibilização para anunciar a desistência, inviabilizando as pretensões de seu principal adversário interno, o Senador e Ministro Édson Lobão.
Lobinho parece uma concessão temporária, até que seja destruído completamente pela mídia nacional e local. Isto porque a candidatura de Luís Fernando, há dois anos postada, deixou raízes profundas, no interior desse campo político. Ela não será arrancada facilmente e seus desdobramentos ainda tem a capacidade de provocar estragos dentro do grupo.
Em dois anos de campanha ostensiva, muitos mecanismos de cooptação foram acionados pelo casal Murad e por Luís Fernando. Eles vão além dos convênios, que são muitos, com as prefeituras do interior. Uma verdadeira trincheira foi escavada, para resistir ao instinto desagregador da linha mais conservadora.
Luís Fernando sabe disso, talvez tenha resolvido testar a força de sua candidatura pela sua desistência. Parece contraditório, mas nada impede que volte ao campo de batalha mais fortalecido, a partir de um cenário de caos instalado.
O boicote na Assembleia, a reforma administrativa e a desistência de Roseana conformam um mesmo quadro, que ainda pode ser revertido parcialmente. Se a ideia é essa, Luís Fernando é um bom jogador, no xadrez da política.
O fato é que a oligarquia não tem um candidato melhor do que Luís Fernando, pelo que dá para perceber. E Edinho pode ser abatido nos primeiros passos da caminhada, com sua biografia duvidosa e frágil. A conjuntura agora é de caça aos políticos de conduta duvidosa.
O nome de Edinho soa tão mal que já dizem que a sua candidatura faria parte de um acordo intra-oligárquico, para entregar o governo a Flávio. Seu poder econômico não seria capaz de apagar seu passado insidioso, um fardo pesado na acirrada disputa política que se avizinha. Zé Reinaldo, por exemplo, não acredita na sua candidatura. Pode ser a preparação para um grande acordo, preservando o palanque de Dilma, sob o auspicioso bigode de Sarney. Afinal, Edinho dos pães já vinha anunciando a fuga para o outro lado há algum tempo. Seria o plano B da oligarquia.
Enquanto isso, o caos se espalha. Madeira já desembarcou em São Luís, reclamando. O PSDB estava quase nas mãos, quando Luís Fernando desistiu. Castelo já estava lambendo os beiços. O PT agora engrossou a voz, querendo valorizar o passe, lançando olhares ambiciosos para a candidatura ao Senado. Suspeitam que a candidatura ao governo possa estar bichada. E um setor da mídia local já começa rosnar.
Para ser o candidato da oligarquia, o sujeito precisa ser muito mais do que um empresário capaz de fazer o milagre dos pães.
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